A FÁBRICA MAIS MODERNA DO MUNDO?: relações de trabalho e trajetórias sociais na Jeep/PE
Trajetórias; relações de trabalho; Jeep.
Esta dissertação buscou, através da reconstituição das trajetórias dos trabalhadores e das trabalhadoras da Jeep, compreender os impactos causados pela montadora para a vida desses indivíduos, sobretudo no campo das relações de trabalho. Para tanto, utilizamos como aparato teórico-metodológico a análise de trajetória bourdesiana, que propõe uma retomada da relação entre os agentes individuais e as estruturas sociais, aqui, em especial, a interação entre o operariado e o mundo do trabalho. Além disso, este trabalho, cujo caráter é de uma pesquisa qualitativa, utiliza dados provenientes de relatórios e diagnósticos produzidos por órgãos públicos, a exemplo do Perspectivas de Desenvolvimento e Oportunidades do Setor Terciário para o Polo de Desenvolvimento de Goiana (Sebrae-PE), e o O Estado da Arte no Polo Jeep, do Automotive Business. Soma-se a estes materiais as entrevistas realizadas entre trabalhadores do Polo, na qual pudemos vislumbrar, com base na percepção destes, como se desenvolve o trabalho na Jeep, quais as percepções destes sobre as suas atividades, a dinâmica da fábrica, e o que ela representa para a suas vidas pessoais e profissionais. Com base nestas foi possível identificarmos a introdução de uma nova cultura operária, baseada nos valores fabris de individualização e flexibilização das relações sociais e de trabalho, e que estão em oposição às outras culturas do trabalho presentes no território, a pesca artesanal e a indústria da cana-de-açúcar.