PADRÕES DE DISTRIBUIÇÃO DAS ESPONJAS MARINHAS (DEMOSPONGIAE SOLLAS, 1885) DO NORDESTE BRASILEIRO - ESTADO DA BAHIA
Porifera. Taxonomia. Biogeografia. Costa Baiana.
A espongiofauna do Brasil, corresponde apenas a cerca de 6% desta diversidade, que ainda possui o número de registros subestimado. A Bahia compreende a maior faixa litorânea, cerca de 36% da costa nordestina, tem 224 espécies registradas. No entanto, os únicos trabalhos que compilou parte desses registros, foram o Guia das Esponjas Marinhas da Bahia publicado em 2011 por Hajdu e colaboradores, com material oriundo, majoritariamente, da Baía de Todos os Santos e Menegola & Peixinho, 2017, com material oriundo da região norte da costa baiana. Se tornando insuficiente para traçar um perfil da distribuição das esponjas no estado. Neste sentido, este trabalho tem como objetivo caracterizar a espongiofauna da costa da Bahia, procurando estabelecer seus padrões de distribuição. Para o estudo taxonômico seguimos o protocolo de Hajdu et al (2011) e para a análise biogeográfica utilizamos o índice de Jaccard para elaboração do dendograma. Os 300 espécimes caracterizados neste estudo estão inseridos em 70 morfotipos, distribuídos em 36 gêneros. Dentre os resultados, destacamos a descrição da espécie nova Desmacella stylostrongyla Nascimento & Pinheiro, 2022 para a costa da Bahia. Além disso, registramos pela primeira vez para a costa brasileira a espécie Spirastrella mollis Verrill, 1907 e para o nordeste as espécies Cliona raphida Boury-Esnault, 1973 e Polymastia janeirensis (Boury-Esnault, 1973), ainda 12 espécies como primeiro registro para a Bahia e os gêneros Clionaopsis sp. nov., Ectyoplasia sp. nov., Mycale (Mycale) sp. nov. e Protusuberites sp. nov. 1 e 2 que são possíveis novas espécies. A análise de similaridade de Jaccard mostrou grupamentos com índice de consistência a partir de 50%, onde destacamos a Costa do Cacau no ramo mais externo com Bootstrap de 100% por ser a região com menor número de espécies registradas e o clado BTS e Costa dos Coqueiros com Bootstrap de 99 % por causa de serem as regiões com mais registros de espécies com compartilhamento elevado. Esse estudo reformou que coleções científicas detém de uma diversidade ainda não conhecida e que os estudos taxonômicos, podem servir de subsídios para um melhor conhecimento biogeográfico da espongiofauna do Brasil.