PPGBV PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA VEGETAL - CB DEPARTAMENTO DE BOTANICA - CB Téléphone/Extension: Indisponible

Banca de QUALIFICAÇÃO: AILZA MARIA DE LIMA NASCIMENTO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: AILZA MARIA DE LIMA NASCIMENTO
DATA : 31/10/2023
LOCAL: videoconferência
TÍTULO:

RESPOSTAS REPRODUTIVAS DE POPULAÇÕES DE Cereus jamacaru DC (CACTACEAE) SUBMETIDAS A DIFERENTES TIPOS DE MANEJO TRADICIONAL EM ÁREAS DE CAATINGA


PALAVRAS-CHAVES:

manejo de plantas; etnobotânica aplicada; biologia reprodutiva; mandacaru; polinização; cactácea.


PÁGINAS: 130
RESUMO:

Plantas manejadas ao longo do tempo podem apresentar modificações em caráteres e atributos reprodutivos como resposta adaptativa às interações humanas. Tais modificações podem influenciar na manutenção da espécie localmente, através de efeitos sob o sucesso reprodutivo e sob processos ecológicos que dão funcionalidade à paisagem manejada. Diante disso, o objetivo da tese foi investigar se o manejo intencional de Cereus jamacaru DC (Cactaceae) na Caatinga ocasiona mudanças nas funções reprodutivas, interfere em aspectos da biologia reprodutiva, molda fenologia, disponibilidade de recursos florais e interações bióticas planta-inseto. Para isso, utilizamos métodos usuais de pesquisas em biologia floral reprodutiva. No capítulo I vimos que práticas de manejo afetaram diferencialmente a produção de botões florais, flores e frutos e néctar. No capítulo II, nossos resultados revelaram que C. jamacaru possui dimorfismo de altura anteras-estigmas e autoincompatibilidade. Duas espécies de esfingídeos do gênero Manduca (Sphingidae) foram os únicos visitantes e polinizadores efetivos. Encontramos grande variação de tamanho das flores, atributos florais e sucesso reprodutivo entre plantas manejadas e não manejadas. Indivíduos manejados exibiram flores significativamente maiores que os não manejados, assim como maior hercogamia (distância entre anteras e estigmas), quantidade de óvulos e grãos de pólen/flor e sementes por frutos. No capítulo III vimos que C. jamacaru foi alvo de diferentes interações antagônicas, presentes também na fase de botão floral. O besouro florívoro do gênero Cyclocephala foi o agente em maior atividade. O padrão natural de florivoria das pétalas foi predominantemente contínuo. Mas houve sobreposição com danos descontínuos e ataques ao pistilo. As flores das plantas não manejadas estão mais sujeitas a ataques e desfiguração da forma floral e a extensão do dano às pétalas não foi proporcional ao tamanho da corola. Tomados em conjunto nossos achados revelam um panorama complexo de adaptações reprodutivas em resposta ao manejo populacional. Os atributos morfológicos distintos entre as populações podem servir como uma barreira para o fluxo gênico, já que podem afetar o cruzamento, tornando as populações mais distintas entre si. Por outro lado, o manejo de C. jamacaru pode estar auxiliando na expressão de características de defesa e tolerância contra os ataques dos florívoros, expondo a espécie a distintas forças seletivas atuando em padrões diferenciais em plantas não manejadas. Assim, consequências evolutivas comunitárias são prováveis de estarem ocorrendo e os diferentes elos planta-polinizador sendo comprometidos pelas relações antagônicas principalmente nas plantas não manejadas. Encontramos evidências suficientes para inferir que o manejo de C. jamacaru embora não destrutivo possui grande influência na reprodução dos demais indivíduos que coocorrem na comunidade. Para que o manejo ser positivo, os benefícios precisam superar os custos em um equilíbrio delicado. Existe a necessidade de evitar impactos negativos mais severos como a depressão por endogamia das plantas não manejadas. Consideramos que é mais prudente interpretar nossos achados tomados em conjunto, por meio de uma abordagem sistêmica que considere as decisões humanas de manejar C. jamacaru, a resposta das plantas ao manejo e as interações bióticas na comunidade.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1465414 - ANTONIO FERNANDO MORAIS DE OLIVEIRA
Externo à Instituição - OSWALDO CRUZ NETO - UFPE
Externo à Instituição - REINALDO FARIAS PAIVA DE LUCENA - UFMS
Notícia cadastrada em: 18/10/2023 17:34
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