AVALIAÇÃO ATUAL E FUTURA DA ESTRUTURA FUNCIONAL DE MUSGOS (BRYOPHYTA) ENDÊMICOS DA FLORESTA ATLÂNTICA
Atributos funcionais; briófitas; centro de endemismo; distribuição potencial de espécies; diversidade funcional.
Espécies endêmicas apresentam uma distribuição limitada e, consequentemente, tendem a apresentar nicho ecológico mais restrito. Assim, até pequenas alterações ambientais são capazes de afetar essas comunidades, impactando negativamente tanto a distribuição das espécies quanto sua estrutura funcional. Devido a alta representatividade de musgos endêmicos na Floresta Atlântica e sua comprovada sensibilidade a alterações ambientais, este trabalho objetiva: 1) avaliar como os atributos das espécies deste Domínio fitogeográfico respondem a longo prazo, frente às mudanças climáticas; 2) determinar áreas com maior riqueza e diversidade funcional de musgos endêmicos deste Domínio; 3) verificar se as áreas de endemismo de musgos na Floresta Atlântica são consistentes com centros de endemismo anteriores descritos na literatura; e 4) avaliar se o atual sistema de rede de áreas protegidas na Mata Atlântica é eficaz na conservação de musgos endêmicos. Análises de modelagem de distribuição potencial foram baseadas na ocorrência dos atributos funcionais das espécies. Comparado com o cenário atual, a área de adequabilidade ambiental de todos os traços observados irá aumentar no futuro, tanto para o cenário otimista quanto para o pessimista. A riqueza de espécies, divergência funcional e equidade funcional apresentaram relação positiva com a latitude. Nenhuma área consensual de endemismo foi evidenciada para as regiões Central e Nordeste da Floresta Atlântica. Além disso, cento e onze Unidades de Conservação se sobrepuseram em áreas de endemismo de musgos na Floresta Atlântica.