DINÂMICA DA COBERTURA FLORESTAL E SUSTENTABILIDADE NA CAATINGA
boom-bust; fronteiras agrícolas; florestas secas; desenvolvimento sustentável, pessoas próximas de florestas.
O papel do desmatamento e da regeneração sobre o desenvolvimento humano ainda é muito cercado de contradições, mas entendê-lo é fundamental paro o desenvolvimento sustentável. Nesta tese, busquei entender qual o papel do desmatamento sobre o desenvolvimento humano, qual a relação da mudança florestal com a segurança alimentar e como a dinâmica de populações rurais e cobertura florestal estão associadas. Utilizei dados espaciais e temporais de cobertura da terra, indicadores de desenvolvimento humano e dados populacionais de fontes oficiais de governo (e.g. IBGE, Ministério da Saúde) e projetos científicos (e.g. MapBiomas, WorldPop). Realizei análises longitudinais e espaciais, combinadas com métodos quasi-experimentais para reforçar análises de causalidade, além de análises econométricas e multivariadas. Encontrei que ao longo do tempo todos os índices socioeconômicos melhoram, mas, em geral, os municípios com níveis intermediários de desmatamento (entre 30 e 50%) tendem a apresentar melhores índices de desenvolvimento e segurança alimentar que municípios mais ou menos desmatados. Não encontramos uma relações consistente entre mudanças ambientais e populacionais, mesmo considerando os contextos socioeconômicos. Podemos concluir que exite um ganho econômico ao desmatar, especialmente se questões de desigualdade econômica forem enfrentadas, mas desmatar além de um certo limite não trás benefícios para o desenvolvimento do município ou piora as condições. Além disso, esse desmatamento não está relacionado com a população rural, sinalizando que os benefícios iniciais de desmatar não estão retornando para o meio rural.