PRODUÇÃO E ENSAIO PRÉ-CLÍNICO DE VACINA CONTRA O SARS-CoV-2 UTILIZANDO A LEVEDURA Pichia pastoris COMO CARREADORA DA PROTEINA SPIKE
Pichia pastoris; Levedura; Vacina; Cvid-19; SARS-CoV-2
Introdução: A proteína Spike permite a invasão da célula hospedeira pelo SARS-CoV-2 através de sua ligação ao receptor de membrana ECA2 e, portanto, é o principal alvo para o desenvolvimento de vacinas. Diferentes modelos vacinais já foram desenvolvidos contra a COVID-19, como vírus inativados ou atenuados, vetores virais, subunidade proteica, ácido nucleico e de Partículas Semelhantes ao Vírus (VLP). Dentre das possíveis plataformas, o uso de leveduras é um dos modelos mais eficazes para a ativação da resposta imune humoral e adaptativa. As ferramentas moleculares permitem, nas leveduras, a expressão de proteínas de origem viral, bacteriana, de protozoários, fungos e associadas ao câncer, as quais são usadas como antígenos. As modificações pós-traducionais das proteínas são realizadas permitindo que a geração de anticorpos contra o antígeno seja específica. Vacinas contra H5N1, H7N9 e Toxoplasma gondii desenvolvidas em Saccharomyces cerevisiae e, algumas contra o Vírus da Lobina Negra (LMBV) e contra a região RBD do SARS-CoV-2 desenvolvidas em Pichia pastoris, estimularam a produção de anticorpos neutralizantes. Objetivo: Observando a capacidade das leveduras serem utilizadas como vetores vacinais eficazes, nosso objetivo é desenvolver uma estratégia vacinal contra SARS-CoV-2 baseada no uso de P. pastoris como carreadora da proteína Spike do SARS-Cov-2. Metodologia: Foi utilizado o vetor plasmidial pPGK∆3-αAG para clonagem do gene Spike. A partir dos clones confirmados, o DNA plasmidial foi obtido foi tratado com SacI e logo inserido em P. pastoris GS115. Para a produção da proteína Spike, foi feito o crescimento da levedura em meio YPD e a confirmação da proteína foi feita por Western Blot e imunofluorescência. Resultados: Foram obtidos clones de E. coli Top-10 e P. pastoris GS115 recombinantes para pPGK∆3-αAG-Spike. A presença da proteína Spike ancorada em P. pastoris GS115 foi confirmada por imunofluorescência. Discussão e conclusão: O promotor PGK1 permite a integração do cassete de expressão no genoma de P. pastoris, enquanto o factor de secreção α-MF dirige a secreção da proteína e a âncora α-aglutinin liga a nossa proteína aos β-1,6 glucanos presentes na parede da levedura. A incubação por 72 h em meio YPD a 28 °C, foi o ideal para obter a produção da proteína Spike.