Profissionalização e flexibilização do trabalho: uma análise sobre a inserção profissional dos Bacharéis em Saúde Coletiva.
Saúde Coletiva; Ocupação de saúde; Sistema Único de Saúde; Trabalho precário; Mercado de trabalho.
Os primeiros Cursos de Graduação em Saúde Coletiva surgem no ano de 2008 oportunizados pelo Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, instituído pelo Decreto n° 6.096/ 2007. Entretanto, desde 1994 despontaram as primeiras ideias e proposições sobre a criação desses cursos no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia. Segundo seus idealizadores, fazia-se necessária a antecipação da formação do sanitarista, considerando que a formação profissional do sanitarista pós-graduado, iniciada na década de setenta, tem sido considerada demasiadamente longa e socialmente custosa. Mesmo considerando e entendendo a necessidade e importância desse profissional para responder aos antigos e novos problemas estruturais para a consolidação do Sistema Único de Saúde, a sua inserção profissional no mercado de trabalho vem encontrando importantes desafios. Ao considerar de um lado, o seu embrionário processo de profissionalização devido à ausência de um conjunto de atributos constitutivos para uma profissão e por outro, as profundas transformações advindas da flexibilização do trabalho já consolidadas no Brasil desde 1990. No presente estudo, entende-se que o fenômeno da flexibilização do trabalho fomenta e amplia as condições e relações precárias laborais para a classe trabalhadora, incluindo o setor saúde no âmbito privado e público. Assim, o presente estudo objetiva analisar como vem se dando a inserção profissional de egressos dos cursos de graduação em Saúde Coletiva, oriundos de universidades públicas do Estado de Pernambuco, considerando tanto o processo de profissionalização quanto o cenário de flexibilização do trabalho. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, tipo estudo de caso, que utilizará técnicas de pesquisa quantitativa e qualitativa a partir de entrevistas semiestruturadas. O material empírico será coletado por meio de questionários enviados ao conjunto de egressos do Curso de Graduação em Saúde Coletiva formados de 2016 a 2021 da Universidade Federal de Pernambuco e da Universidade de Pernambuco, além de entrevistas semiestruturadas com egressos e com os Coordenadores do Curso de Graduação em Saúde Coletiva de ambas as instituições de ensino. Os achados serão analisados com base na análise de conteúdo Bardin (2011).