PPGSC-CCM PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA - CCM CENTRO DE CIENCIAS MEDICAS - CCM Téléphone/Extension: Indisponible

Banca de DEFESA: CAIO LIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CAIO LIRA
DATA : 31/01/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
TÍTULO:

MORTES MATERNAS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19 EM PERNAMBUCO: ANÁLISE SOB A PERSPECTIVA DAS CAUSAS MÚLTIPLAS DE MORTE.


PALAVRAS-CHAVES:

Mortalidade materna; COVID-19; Óbito materno; Causa básica de morte; Causas múltiplas de morte.


PÁGINAS: 72
RESUMO:

A pandemia da COVID-19 pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) surgiu
como um dos maiores desafios sanitários em escala global deste século. Tal evento afetou
toda a sociedade, mas é inegável que alguns grupos populacionais têm sofrido uma carga
extra, com repercussões distintas sobre a morbimortalidade, sequelas ou COVID longa. No
Brasil, as gestantes e puérperas foram grupos mais atingidos, pela superposição dos efeitos
diretos da infeção e as precárias condições de atenção obstétrica. A pandemia trouxe
mudanças tanto nos níveis de mortalidade materna como na sua distribuição por causas.
Objetivo: Analisar o perfil das causas de mortes maternas durante a pandemia de COVID-19
de residentes no estado de Pernambuco utilizando o referencial de causas múltiplas.
Método: Trata-se de um estudo transversal sobre as causas de óbito materno de mulheres
residentes no estado (período pré-pandemia e pandemia). A população do estudo foi
composta por todos os óbitos maternos de mulheres residentes em Pernambuco, notificados
ao Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e ocorridos entre os anos de 2017 a 2021.
Foram utilizadas bases de dados secundárias dos sistemas de informação sobre mortalidade
(SIM) e do sistema de informação sobre nascidos vivos (Sinasc); registros da ficha síntese
(M5) e instrumentos de notificação da vigilância do óbito materno estadual e municipais. Foi
descrito o perfil sociodemográfico das mulheres falecidas, calculado o percentual de óbito
materno por macrorregião e estimadas as razões de mortalidade materna (RMM) precoce e
tardia, por todas as causas, no estado, entre 2017 a 2021. Para os anos 2020 e 2021, as
causas de morte materna foram analisadas a partir dos referenciais de causas básicas e
múltiplas, onde todas as causas registradas no atestado de óbito foram consideradas, ou

seja, causas assinaladas nas partes I e II do atestado médico na declaração de óbito. Para as
causas múltiplas, a análise se deu apenas entre os anos de 2020 e 2021. O projeto foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco.
Resultados/Discussão: No período 2017 - 2019 ocorreram 283 óbitos por causas maternas, e
no período pandêmico de 2020 - 2021 ocorreram 241 óbitos maternos. Observou-se que
42,9% dos casos ocorreram entre 30 a 39 anos; 70,8% dos óbitos foram entre mulheres
pardas, seguidas pelas brancas (21,5%) e pretas (7,3%). A região Metropolitana destaca-se
com 62,1% dos óbitos maternos; enquanto a macrorregião do Sertão obteve o menor
percentual (8,1%) para o período. Desses óbitos, 57,8% ocorreram no puerpério, até 42 dias
do término da gestação e 19,7% entre o 43º dia e 1 ano após o término da gestação; 72,8%
dos óbitos poderiam ter sido evitados e 21,9% provavelmente evitados. A RMM para o ano
de 2021 foi de 94/100.000 nascidos vivos, demonstrando assim maior razão comparada aos
anos anteriores, o qual teve um registro de 120 óbitos maternos. Em relação às causas no
triênio anterior a pandemia, as hipertensões gestacionais (n=39; 13,9%) e as hemorragias
(n=38; 13,6) foram as principais causas. Outra causa que merece destaque é a doença
cardiovascular, que se apresentou como a quarta causa de óbito no mesmo período (n=22;
7,9%). Em 2020-2021, as doenças virais destacaram-se como as principais causas de óbito
materno (n=50; 20,8%), o que refletiu no número de óbitos maternos por causas obstétricas
indiretas (25,8% em 2017-2019 e 33,3% em 2020-2021). Conclusão: Além de manter
contínua a vigilância na ocorrência de mortes evitáveis, é fundamental que se identifique as
causas de cada óbito materno, tanto as causas básicas como as associadas, para que o
cenário da mortalidade materna no estado seja compreendido de uma forma mais ampla,
subsidiando as políticas de atenção à saúde reprodutiva e qualificando os sistemas de
informação sobre mortes e agravos.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - REGIA MARIA BATISTA LEITE
Presidente - ***.243.784-** - SANDRA VALONGUEIRO ALVES - UFPE
Interna - 1133884 - THALIA VELHO BARRETO DE ARAUJO
Notícia cadastrada em: 15/01/2024 14:26
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação (STI-UFPE) - (81) 2126-7777 | Copyright © 2006-2024 - UFRN - sigaa08.ufpe.br.sigaa08