Sobrevida de Pessoas Idosas vivendo com HIV/Aids no município do Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco, Brasil.
Análise de sobrevida; HIV; Idoso.
A infecção causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e a evolução para a
Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS), consistem em problemas de grande
relevância para a saúde pública em todo o mundo. Embora os idosos correspondam a uma
menor proporção entre as faixas etárias acometidas, tem ocorrido um aumento significativo
na incidência nos últimos anos. A partir disso, esse estudo caracterizou a sobrevida de
pessoas idosas com HIV/Aids acompanhadas no Serviço de Atenção Especializada do
município do Jaboatão dos Guararapes, no período de 2006 a 2021. Trata-se de um estudo
quantitativo, observacional e longitudinal de caráter analítico, a partir de uma coorte
retrospectiva fixa de 116 pessoas idosas acometidas pelo vírus HIV. O cálculo da sobrevida
foi realizado pelo estimador de Kaplan-Meier. Utilizou-se o Hazard Ratio para associação
entre grupos, e o teste de Log-Rank para a comparação das curvas de sobrevida. Para a
associação das variáveis com a sobrevida foi aplicado o modelo de Cox. A maioria dos idosos
tinha entre 60 e 69 anos, era do sexo masculino, teve o diagnóstico antes dos 60 anos, não
havia apresentado internação hospitalar, não possuía registro de doenças oportunistas, não
tinha falha terapêutica e trocou o esquema durante o seguimento. Ao final, somente a
variável relacionada à internação apresentou-se como significativa, no qual a ausência de
internação foi fator protetor para sobrevida. Vale salientar que dos 116 idosos que
compuseram o grupo de estudo, apenas 09 (7,8%) foram a óbito por causas relacionadas ao
HIV. O tempo média de sobrevida foi de 76,5 meses. Nos doze primeiros meses estudados
ocorreram 44,4% dos óbitos e a probabilidade de sobrevivência foi de 96,4%. Em suma, esta
pesquisa trouxe consigo subsídios que podem contribuir para identificar a necessidade de
implantação de novas fontes de monitoramento de informações para o atendimento dos
usuários do serviço especializado em questão. Dessa forma, visando aperfeiçoar a
assistência das pessoas idosas que vivem com HIV acompanhadas ambulatorialmente, assim
como uma melhoria do preenchimento dos dados epidemiológicos e clínicos, embasando
futuras intervenções e ações assistenciais. Observou-se ainda uma baixa mortalidade por
causas relacionadas ao HIV, o que aponta para a importância do programa de controle, mas
também demonstra a necessidade de um cuidado que considere as vulnerabilidades e
subjetividades das pessoas idosas que vivem e convivem com HIV.