Eficácia e segurança de cirurgia bariátrica em idosos
Obesidade, idoso, cirurgia bariátrica, comorbidade
Introdução: A incidência de obesidade na população idosa vem aumentando nos últimos anos, inclusive, de forma proporcional ao que é observado na população mais jovem. Apesar desse aumento, ainda não há consenso acerca dos riscos e benefícios da cirurgia bariátrica nos pacientes com mais de 60 anos.
Objetivo: Avaliar o impacto da cirurgia bariátrica na população idosa no longo prazo
Métodos: estudo retrospectivo que incluiu todos os pacientes com mais de 60 anos submetidos à cirurgia bariátrica em nosso centro e que mantiveram seguimento superior a 1 ano. Foram estudadas variáveis clínicas e laboratoriais para avaliação da remissão da obesidade e suas comorbidades, além de variáveis diretamente relacionados ao procedimento cirúrgico em si, incluindo complicações precoces e tardias.
Resultados: Foram estudados 64 pacientes, a maioria do sexo feminino (76,6%), com idade média de 64,2 ± 3,3. Bypass gástrico em Y de Roux (BGYR) foi realizado em 56 pacientes, enquanto a gastrectomia vertical (GV) foi o procedimento de escolha para os outros 8. Houve diferença estatisticamente significativa entre os procedimentos em relação à ocorrência de complicações pós-operatórias (p<0,001). A média geral da perda do excesso de peso (PEP) foi de 73,48% ± 26,56. As taxas de remissão de hipertensão e diabetes mellitus foram de 25% e 56,7%, respectivamente. Comparando os resultados entre as duas técnicas cirúrgicas, houve diferença significativa na variação do IMC (GV 7,29 ± 2,49 vs. BGYR 12,25 ± 5,42, p=0,023), HbA1C (Sleeve 0,51 ± 0,9 vs. BGYR 1,81 ± 1,97, p=0,042), colesterol total (GV 12,63 ± 35,23 vs. BGYR 31,37 ± 38,89, p=0,007) e triglicerídeos (GV 6,25 ± 23,30 vs. BGYR 48,85 ± 56,15, p=0,021).
Conclusão: A cirurgia bariátrica se mostrou eficaz na perda de peso e na remissão de comorbidades na população de idosos com obesidade, tanto a curto quanto a longo prazo.