Análise de eficiência do ensino médio público em Pernambuco mediado por Tecnologia da Informação e Comunicação
Ensino médio público; Análise Envoltória de Dados; Decisão; Tecnologia da Informação e Comunicação.
De acordo com a publicação Responses to Educational Disruption Survey (em tradução livre: pesquisa de respostas à disrupção educacional) da UNESCO em abril de 2020 estima-se que 90% dos estudantes do mundo foram impactados pelo fechamento das escolas (MEINCK; FRAILLON; STRIETHOLT, 2022), ocasião em que vários países adotaram o ensino remoto como alternativa de enfrentamento a crise (MEINCK; FRAILLON; STRIETHOLT, 2022; VIEIRA; RICCI, 2020) tendo como empecilhos a disparidade de acesso à internet e dispositivos digitais, a disponibilidade de parentes ou família para apoiar o ensino remoto e a falta de familiaridade do professorado com abordagens de ensino remoto. Se por um lado Pernambuco apresenta um cenário de defasagem no tocante à cobertura de jovens cursando o ensino médio, em que estima-se que 55% da população de 15 a 19 anos está fora das escolas (IBGE, 2018; INEP, 2020); de restrições de recursos para implementação da estratégia de ensino mediada por tecnologia da informação e comunicação nas escolas públicas, expressas na cobertura de apenas 2,1% das matrículas com dispositivos móveis disponíveis para estudantes nas escolas públicas (INEP, 2020a), apesar de 19% das escolas afirmarem ter distribuído equipamentos digitais para estudantes sem acesso (INEP, 2020b); bem como na falta de equipamentos das famílias: 75% dos domicílios pernambucanos não possuíam computador ou tablet para acesso à internet no ano de 2021. Por outro lado, as escolas são vistas como cenário de transformação social, demandando um caráter multifuncional dos gestores de escolas públicas (ROGGERO; PEREIRA KUBO; ALMEIDA, 2021), que estão inseridos num sistema educacional mais abrangente, com atuação a nível do estado e em conformidade com a política nacional para educação. Há uma expectativa de equalização das disparidades de acesso às TIC através das escolas (SILVA, 2018), de alcance das metas de desenvolvimento de habilidades gerais e específicas do estudante a competência não só de compreender e usar a TIC, bem como de criar e aplicar a contextos de interesse dentro das diversas áreas de conhecimento componentes do currículo escolar (BRASIL, 2018), reforçando a educação como direito humano constitucional (FONTOURA, 2021). Sabe-se que eficiência é compreendida como a capacidade da escola produzir o máximo possível dado uma quantidade específica de insumos e constitui medida relativa (RAY, 2004). Desta forma, propõe-se a elaboração de um instrumento de avaliação da gestão no que tange a escolarização mediada pelo AVA dos estudantes do ensino médio público no estado de Pernambuco no contexto da pandemia da Covid-19. A pesquisa contribui com a avaliação da política pública educacional em larga escala, provendo um modelo passível de replicação em outros contextos semelhantes, por meio do qual pretende-se compreender o cenário global de eficiência das 1060 escolas públicas estaduais, quais são as características das escolas eficientes e quais são as boas práticas que podem ser adotadas pelas escolas consideradas ineficientes para incrementar a eficiência do sistema.