A Influência da Governança Corporativa na Estrutura de Capital das Pequenas e das Médias Empresas que compõem o Arranjo Produtivo Local de Confecções do Agreste de Pernambuco
Governança. Estrutura de Capital. Empresas de Pequeno Porte. Arranjo Produtivo Local.
Esta tese teve como objetivo identificar se os mecanismos de governança adotados pelas pequenas e pelas médias empresas, que compõem o APL de confecções do Agreste de Pernambuco, influenciam na sua estrutura de capital pela ótica da teoria da Pecking Order. Para tanto, a hipótese levantada no estudo foi que a diminuição da assimetria informacional existente entre os gestores das pequenas empresas e os seus credores, por meio da adoção dos mecanismos de governança, facilitaria na captação de recursos externos, especialmente o bancário. Para alcançar essa resposta, primeiramente, foi mapeado junto aos gerentes de bancos de contas de Pessoa Jurídica se a governança seria relevante. Os resultados demonstraram que os gestores bancários concordaram com a importância da governança como meio facilitador no processo de pleitear o crédito. Também foi identificado que as pequenas e as médias adotavam às práticas de governança relacionadas à transparência, à prestação de contas e ao conselho. Em relação a estrutura de capital, os resultados apontaram que o crédito comercial é uma fonte de recursos financeiro alternativa importante para as PMEs e que as empresas que conseguiram crédito comercial elaboram mais relatórios contábeis, ou seja, são mais transparentes. Ademais, devido 93,1% das empresas apresentaram um PL > 0, a maioria das empresas (83,64%) preferem/recorrem, primeiramente, aos recursos gerados internamente para o financiamento das atividades, seguido de dívidas de curto prazo e de longo prazo, familiares, aumento de CP, conhecidos e novos sócios/agiotas, corroborando com à teoria de Pecking Order. Já as empresas que adquiriram empréstimo bancário, por meio do teste não paramétricos de Mann-Whitney, chegou-se a conclusão que as empresas que solicitaram empréstimos bancários elaboram um quantitativo maior de relatórios, pois a maior transparência pode reduzir os problemas da agência. Por fim, a análise fatorial (AF) que gerou 5 fatores relacionados a governança e a partir disso, rodou-se os modelos de equação estrutural. As variáveis dependentes utilizadas foram Sucesso, CP, LP e ET e as variáveis preditoras, siginificativas a 5% e a 10%, foram: a disponibilização dos relatórios basilares, a seriedade (transparência), a liquidez, a tangibilidade e os relatórios extras (prestação de contas). Portanto, os resultados encontrados nessa pesquisa apresentam indícios que a adoção da governança diminui a assimetria informacional entre as empresas e os bancos e facilita na concessão de crédito.