PELA KILL DO MACHISMO: Resistência de influenciadoras digitais gamers por meio da performatividade de corpos ciborgues
Mulheres gamers. Teoria da cultura de consumo. Corpo ciborgue. Performatividade. Netnografia. Arqueogenealogia.
Os novos contextos tecnológicos trouxeram novas formas de consumo e possibilitaram o surgimento e a reconfiguração de diversas subculturas de consumo. A cultura gamer enquanto uma subcultura de consumo, pois advém de objetos de consumo (jogos digitais), se caracteriza muitas vezes como uma cultura tóxica que descredibiliza, exclui e ataca mulheres que também são integrantes dela, evidenciando assim uma toxidade do consumo. Essa toxidade da subcultura gamer também é uma toxidade de gênero, pois acontece porque estarmos submersos em uma cultura patriarcal que rege as relações sociais de forma que supervaloriza o homem, branco e heteronormativo. Porém o consumo nem sempre é sinônimo de toxidade, ele também pode tornar-se um meio para resistência. É neste sentido que defendemos que a luta das mulheres para permanecia e aceitação na cultura gamer representa uma forma de resistência do consumo e neste caso, especificamente, uma resistência feminista. A força de resistência das mulheres gamers pode ser representada através de influenciadoras digitais gamers que se tornam figuras representativas e impulsionadoras do movimento, a partir de sua atividade prossumerista como streamers gamers, convivem corriqueiramente com os ataques dentro do ciberespaço. A presença delas no ciberespaço, ocorre por meio de um corpo ciborgue que se materializa digitalmente através de dados e possibilita que elas performem suas identidades, seus corpos, formas e gêneros. Diante disto, objetivamos entender como o prossumo de influenciadoras digitais gamers evidenciam uma resistência ao machismo por meio da performatividade de seus corpos ciborgues. Para tal, nos debruçaremos sobre as principais influenciadoras e jogadoras profissionais do jogo Counter-Strike (CS: GO), por ser um jogo tipicamente masculinizado e excludente de mulheres. Por se tratar de um fenômeno pertencente a uma subcultura de consumo imbricada ao ciberespaço, utilizaremos a técnica de netnografia em conjunto com a arqueogenealogia foucaultina.