Diagnóstico do turismo náutico na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guadalupe – PE: Expectativas versus realidade de acordo com o plano de manejo
Turismo; Sustentabilidade; Ilha de Santo Aleixo.
A prática do turismo, especialmente em áreas naturais, tem grande importância na região em que se desenvolve, com geração de empregos e desenvolvimento econômico. Uma das formas de turismo que mais tem crescido em território nacional é o turismo náutico, onde sem a devida sustentabilidade e com reduzida adequação à realidade local, resulta em impactos ambientais negativos que são consequência da sua prática. No Estado de Pernambuco, dentre as unidades de conservação que exploram o turismo náutico, a Área de Proteção Ambiental de Guadalupe (APAG) destaca-se pelo extenso espaço marítimo e turismo massivo. Por ser uma área de importante relevância ecológica, é necessária uma investigação das práticas turísticas náuticas, assim como verificar se essas atividades apresentam compatibilidade com as práticas permitidas pelo Plano de Manejo da unidade de conservação, contribuindo para a sustentabilidade ambiental. Sendo assim, o principal objetivo da dissertação é analisar um dos espaços que compõem a APAG, a Ilha de Santo Aleixo, considerando de que forma a prática e ordenamento do turismo náutico estão em consonância com as diretrizes estabelecidas no plano de manejo da unidade de conservação. Como metodologia, o trabalho utiliza como procedimentos metodológicos as etapas exploratória e descritiva, e em seguida o tratamento dos dados coletados. Nesses procedimentos foram realizados o levantamento bibliográfico, observações diretas e aplicação dos questionários com as partes interessadas no turismo náutico da Ilha de Santo Aleixo, como o poder público, comunidades residentes, empresários e turistas. Como resultados parciais percebe-se que não há um controle efetivo sobre que tange o tratamento de efluentes, visto que se constatou a completa inexistência de tratamento dos efluentes, onde estes são depositados diretamente nas áreas marinhas em desrespeito às premissas ambientais, como também a baixa adesão das empresas de turismo à responsabilidade ambiental, onde das cinco analisadas, apenas uma gozava do selo de responsabilidade ambiental quanto ao tratamento do seu efluente da cozinha. Assim, percebe-se que na realidade observada, não há o efetivo cumprimento do Plano de Manejo, lesando não só o meio ambiente, como servindo de óbice ao turismo por poluir os pontos turísticos.