PEDAGOGIAS CULTURAIS EM SUBVERSÃO: significações sobre arte, gênero
e feminismos a partir das obras de mulheres artistas de Tracunhaém,Pernambuco
Pedagogias Culturais; Gênero; Feminismos; Tracunhaém;
Mestras-artesãs; Subjetividades.
Nas linhas que se apresentam nessa pesquisa-vida ensaio a minha trajetória
enquanto mulher-pesquisadora que tece diálogos com as outras e que, no encontro
com elas, propõe modos singulares e ‘menores’ de pensar possibilidades educativas
a partir das fissuras da arte em barro de mulheres-artesãs de Tracunhaém,
Pernambuco. Dessa maneira, busquei uma análise, ou uma erótica da arte
(SONTAG, 1987) que, entrelaçada a métodos da análise cultural (COSTA, 2010;
WORTMANN, 2002) e da cartografia (ROLNIK, 2016; DELEUZE; GUATTARI, 1995),
pudesse ressaltar uma pedagogia cultural subversiva. Para tanto, dialogo em meu
aporte teórico com estudiosas do campo dos Estudos Culturais (ESCOSTEGUY,
1998; 2010; HALL, 2013; 2014; 2016; SILVA, 2005; 2006; 2014) e dos Estudos
Feministas e de Gênero (LOURO, 1997; 2000; BUTLER, 2017; GIUNTA, 2020;
hooks, 2019a; 2019b; 2020; HOLLANDA, 2019, 2020) com o intuito de observar
fenômenos sociais, culturais e educativos que capazes de subverter o modo
dominante de perceber e sentir a vida. Neste sentido, trouxe como objetivo dessa
pesquisa compreender como as obras de arte em barro, produzidas por mulheres
artesãs de Tracunhaém, Pernambuco, significam pedagogias culturais subversivas
sobre a arte, o gênero e o feminismo. Nesse sentido, apostei nas fissuras, frestas e
brechas das obras de arte em barro e nas narrativas de mulheres artistas, de modo
a perceber que se pode fazer florir sabedorias que subvertem as lógicas
hegemônicas. Assim, permiti-me olhar e ser olhada pelas obras de arte das artistas-
mulheres de Tracunhaém, mergulhar no desejo e permitir abrir tais fendas. Caminho
com as mulheres durante todo o texto, elas que me inspiram no pesquisar-viver e
que possibilitaram ir ao encontro das obras de arte moldadas no barro que se
costuram as narrativas de quem cria e de quem consome a arte, problematizando as
pedagogias culturais que significam, subversivamente, outras possibilidades de re-
existir.