A OFICIALIZAÇÃO DO ENSINO DE GÊNEROS NO BRASIL: DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS À BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
Currículo; Língua Portuguesa; Gêneros textuais.
Cientes de que é através do uso da linguagem e dos diferentes gêneros, orais ou
escritos, que a comunicação se torna possível, é importante considerar que, através
desse objeto de ensino-aprendizagem, é possível formar estudantes críticos e
capacitados para agir linguisticamente para além da sala de aula, em diferentes
contextos da atividade humana. O presente estudo propõe compreender os
movimentos de continuidade e deslocamento nas prescrições sobre o ensino de
gêneros tomando como referência os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, 1998,
2000) e a Base Nacional Comum Curricular (2017). De forma mais específica,
pretendemos: a) identificar qual é a proposta de ensino de gêneros nos PCN e na
BNCC; b) verificar quais os fundamentos teórico-metodológicos sobre ensino de
gêneros embasam essas propostas; c) verificar em quais aspectos sobre o ensino de
gênero os dois documentos convergem e em quais se distanciam; e d) apreender as
possíveis implicações desses movimentos para o ensino de gêneros. Sendo assim,
trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa (LÜDKE; ANDRÉ, 2020), de
caráter documental e de natureza diacrônica, visto que os currículos estão situados
em épocas diferentes. A técnica de análise dos dados será feita a partir da análise de
conteúdo Bardin (2016). Para compreensão sobre os gêneros textuais/discursivos,
nos utilizaremos dos estudos de: Bakhtin (2003), Bronckart (2006), Dolz, Gagnon e
Decândio (2010), Lima (2016), Machado (2009), Schneuwly e Dolz (2004), Rojo e
Moura (2019), entre outros. E, para o entendimento acerca das teorias de currículo,
tomaremos como base os estudos de: Silva (1999), Sacristán (1991), Goodson (1995)
e Lopes e Macedo (2011).