POLÍTICAS DE REFORMULAÇÕES CURRICULARES PARA/NO ENSINO MÉDIO: CONFIGURAÇÕES E SENTIDOS DE ITINERÁRIOS FORMATIVOS A PARTIR DA LEI 13.415/2017 EM ESCOLAS EM TEMPO INTEGRAL NO AGRESTE PERNAMBUCANO
Políticas Curriculares; neoliberalismo; Itinerário Formativo; eletivas.
A presente pesquisa, intitulada de Políticas de reformulações curriculares para/no ensino
médio: configurações e sentidos de itinerários formativos a partir da lei 13.415/2017 em
escolas em tempo integral no agreste pernambucano teve como objetivo analisar configurações
e sentidos de políticas curriculares a partir de disciplinas eletivas estabelecidas por professores
e por estudantes nos movimentos discursivos feitos nas escolas na constituição de política de
currículo. Nesse sentido, esse estudo insere-se no debate sobre políticas curriculares. Assim,
tomamos como percurso teórico-metodológico, uma perspectiva discursiva a partir das
contribuições de (LACLAU; MOUFFE, 2015) e (MOUFFE, 2015; 2019), pois movimentamo-
nos na mobilização de referenciais do pós-estruturalismo nas políticas curriculares, como
também inscrevermo-nos numa abordagem discursiva de políticas curriculares, que tomou
como base os estudos de (DARDOT; LAVAL, 2016), (BROWN, 2019), BALL (2016; 2020);
(BALL; MAINARDES, 2011), inscritos no pós-marxismo para explicitar como o
neoliberalismo tem afetado profundamente os sentidos de currículo na atualidade, negando as
políticas curriculares contextuais. Diante disso, percebemos que o neoliberalismo ressoa na
educação através de políticas curriculares verticalizadas, ecoando nela por meio de
reformulações curriculares que desconsideram as subjetividades contextuais das escolas,
ignorando as decisões políticas delas, como se a política curricular não se desse por meio de
decisões políticas e que qualquer configuração política não acontecesse através de articulações.
Dessa forma, as políticas neoliberais são decisões políticas estabelecidas a partir de um ponto
nodal que procura estabilizar discursos, identidades e subjetividades (LOPES, 2018) a partir da
ideia de educação de qualidade, voltada para a preparação para o mercado de trabalho. Nesse
sentido, nosso estudo apontou ainda que as políticas curriculares nas escolas do agreste vêm se
configurando nos intercruzamentos de atendimento a racionalidade neoliberal. Portanto, as
eletivas, enquanto Itinerários Formativos, negam as verdades contextuais, pois estão atreladas
à BNCC, configurando no eixo do empreendedorismo na perspectiva de desenvolvimento de
subjetividade neoliberal a partir de movimentos formativos de jovens empreendedor. Com isso,
existe uma falsa ideia de flexibilização curricular.