IMPACTO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO GRUPO GEPERGES AUDRE LORDE NA PRÁTICA PEDAGÓGICA REALIZADA POR PROFESSORAS(ES) DE ENFRENTAMENTO DO RACISMO NO ESPAÇO ESCOLAR
Racismo educacional. Grupo de pesquisa. Prática pedagógica docente. Estudos pós-coloniais. Feminismo negro
Esta dissertação apresenta os resultados da pesquisa vinculada ao curso de Mestrado em Educação Contemporânea, do Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Pernambuco – Centro Acadêmico do Agreste e à linha de pesquisa Educação e Diversidade. Esta pesquisa parte da seguinte indagação: de que forma a participação em atividades desenvolvidas em grupo de pesquisa contribui na formação das professoras para o enfrentamento do racismo em sala de aula? Traçamos como objetivo geral: Compreender a partir da visão das professoras a relação entre a participação em grupo de pesquisa e suas práticas de enfrentamento do racismo em sala de aula. São os objetivos específicos: a) Identificar e caracterizar as atividades formativas que as professoras vivenciam no grupo de pesquisa voltadas para uma educação antirracista; b) Identificar as faces do racismo vivenciado pelas professoras em sala de aula; c) Analisar as práticas docentes de enfrentamento do racismo que se materializam pela influência da participação das professoras em grupo pesquisa. Esta reflexão se encontra alicerçada nos estudos pós-coloniais a partir dos conceitos de colonialismo/colonização, colonialidade e de seus eixos: poder, saber e ser (QUIJANO, 2000; MIGNOLO, 2005; GROSFOGUEL, 2007a; WALSH, 2007, 2012), que emergem das lutas dos movimentos sociais. Esta abordagem tem as culturas silenciadas como objeto de estudo, analisando os enfrentamentos políticos e epistêmicos frente às heranças coloniais que violaram/violam e negaram/negam as diferenças dos povos, sejam elas físicas, epistêmicas, culturais ou geográficas, e dialoga com o feminismo negro (COLLINS, 2016, 2019; GONZALEZ, 1984, 1988, 2011; HOOKS, 2013, 2015, 2018; CRENSHAW, 2002; LORDE, 2003), em aproximação dos pares conceituais Colonialidade e interseccionalidade. Para o levantamento bibliográfico, pautamos as fases dos procedimentos seguindo a lógica de Análise de Conteúdo via Análise Temática (BARDIN, 2004; VALA, 1999). As análises nos possibilitaram concluir que espaços formativos como grupos de pesquisa podem se configurar como lugar possível para o (re)conhecimento das marcas coloniais em nossa sociedade e, consequentemente, na sala de aula. Compreendemos, também, que o olhar das professoras orientado pelos seus diferentes saberes contribui para o enriquecimento de suas práticas pedagógicas docentes.