“DAR A LER” NO ENCONTRO COM O BARRO: convites para pensar a experiência da leitura na Educação Infantil.
Crianças. Infância. Leitura. Educação Infantil.
Esta pesquisa foi experienciada partindo de encontros. Encontros da pesquisadora
consigo mesmo, com as crianças e suas experiências de leitura, com a infância e a escrita
deste texto. Encontros com uma pesquisa de inspiração cartográfica, que seguiu os passos
da obra do barro, invencionando momentos para que pudesse ser entendida como um
todo. Como território existencial de investigação, através da cartografia, delimitou-se um
Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) na cidade de Caruaru-PE, tendo a
participação de crianças das turmas Pré-escolar I (Grupo IV) na produção dos dados. Nos
movemos nesse plano, com olhar e corpo aberto para cartografar os dizeres, fazeres e
aprenderes das crianças sobre as experiências de leitura vivenciadas nos espaços-tempos
da pré-escola no contexto da Educação Infantil. Diante das aberturas de mundos e no
processo da pesquisa fomos invencionando posições para mapear os dizeres, fazeres e
aprenderes das crianças e a infância nas experiências de leitura; Acompanhar nos espaços-
tempos da pré-escola as vivências, os movimentos instaurados pelas crianças para a
experiência de leitura; Problematizar os dizeres, fazeres e aprenderes infantis nas
experiências de leitura que atravessam o cotidiano das crianças. Tendo, pois como
direcionadores do nosso olhar o Kohan (2005, 2007, 2015, 2019, 2020) que nos ensinou
sobre infância; Skliar (2010, 2012, 2014, 2015, 2019, 2020) e Larrosa (2002, 2003, 2017,
2018) que nos ensinaram uma nova forma de experienciar a leitura; Barros (2020) e
Kastrup (2020) que nos ensinaram um novo modo de pesquisar; Corazza (2017), Fochi
(2019), Almeida (2021) e Lima (2021) que nos ensinaram a ver a educação de forma mais
artística, dentre outros. Defendemos a infância como um caminho de pesquisa, não como
coleta de dados, mas sim, como criadoras desse próprio movimento de pesquisa, que nos
coube reunir e registrar. Esses encontros nos convidaram a escapar da mesmidade e a
pensar possibilidades de leituras outras: leituras experiências, leituras fugitivas, leituras
de trocas, leituras que extrapolam o currículo e o espaçotempo escolar, leitura como gesto
de “dar a ler”, leitura criadora, leitura invencionice.