CLASSE TRABALHADORA NA PERIFERIA DA UNIVERSIDADE: Cartografia da
desigualdade de oportunidades para o acesso ao ensino superior
Desigualdades de Oportunidades; Acesso ao ensino superior;
Sociologia da Educação; Cartografia.
Enquanto as pesquisas sobre desigualdades de oportunidades, no que diz respeito
ao acesso à educação, são construídas sob a ótica puramente estatística,
negligenciando fatores subjetivos e qualitativos para uma compreensão mais
profunda da realidade, este estudo busca, através da cartografia pensada por
Deleuze e Guattari (2011), (re)pensar os caminhos e trajetórias dos estudantes
moradores do bairro de Santo Amaro, no Recife, para o acesso ao ensino superior.
Leva em consideração, ou como intermezzo, os condicionantes de classe e território
para acompanhar os processos de subjetivação da realidade, que reveste os
percursos educacionais de estudantes do ensino médio da Escola de Referência em
Ensino Médio Ginásio Pernambuco e a Escola de Referência em Ensino Médio
Aníbal Fernandes, bem como a realidade de suas famílias. Pauta-se, sobretudo, na
escrita agonística (Nietzsche, 2003), na experiência (Larrosa, 2021), na herança
social (Boudon, 1981), no discurso (Foucault, 2014) e no sucesso escolar (Lahire,
1997) como pontos de partida de um rizoma para compreender a relação
estabelecida entre os filhos da classe trabalhadora que moram nos arredores da
Universidade de Pernambuco, com o acesso ao ensino superior. Assim, o estudo
visa contribuir para ampliar os debates acerca da desigualdade de oportunidades a
partir das narrativas dos estudantes que percorrem essa trajetória, pensando nos
aspectos de subjetivação da realidade como marcadores importantes de
compreensão dos percursos educacionais.