TENSÕES EPISTÊMICO-DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS NA PRÁTICA DOCENTE XUKURU: relações entre colonialidade e a decolonialidade.
Educação Escolar Indígena. Prática Docente Xukuru. Colonialidade,
Decolonialidade.
Esta dissertação é fruto da pesquisa de Mestrado vinculada à Linha de Ensino, Docência
e Aprendizagem do Programa de Pós-graduação em Educação Contemporânea, do Centro
Acadêmico do Agreste (CAA), da Universidade Federal de Pernambuco- UFPE. Esse estudo
versa sobre as tensões epistêmico-didático-pedagógicas na prática docente Xukuru e suas
relações entre colonialidade e a decolonialidade, tendo como objeto de estudo: a Prática
Docente Xukuru. Apoiamo-nos na abordagem teórico-metodológica do Pensamento Decolonial
(Arturo Escolar, 2003; Walter Mignolo, 2007; Aníbal Quijano, 2005; Henrique Dussel, 2005;
Catherine Wash, 2009; Ramón Grosfoguel, 2006, 2007; Santiago Castro-Gómes, 2007; Porto-
Gonçalves, 2002, 2003, 2005, 2006), pois nos permite analisar o contexto da produção dos
dados a partir da ótica do subalternizado. O trabalho apresentado se situa no campo da Educação
Escolar Indígena, na Escola Indígena Memby, no povo Xukuru do Ororubá (PE), município de
Pesqueira. Nesse sentido, delimitamos como problema de pesquisa: quais são as tensões
epistêmico-didático-pedagógicas entre a colonialidade e a decolonialidade na Prática Docente
Xukuru? Para tanto, lançamos como objetivo geral: compreender as tensões epistêmico-
didático-pedagógicas entre a colonialidade e a decolonialidade na Prática Docente Xukuru e de
maneira mais específica identificar as marcas da colonialidade do poder, do saber, do ser e da
natureza na Prática Docente Xukuru; perceber os indícios da decolonialidade do poder, do saber,
do ser e da natureza na Prática Docente Xukuru e entender os avanços e recuos epistêmico-
didático-pedagógicos na Prática Docente Xukuru. Justificamos este estudo a partir das minhas
inquietações enquanto professora Xukuru que atua em um contexto escolar indígena tensionado
pelas interferências coloniais e, por isso, percebemos como fundamental à consciência crítica,
à descolonização e a permanente provocação de reflexões internas ao meu povo no que se refere
à prática docente. Partimos do pressuposto que mesmo com toda luta e com a perspectiva de
um projeto outro, a colonialidade ainda está presente nas escolas Xukuru, porque é inevitável
o contato com a sociedade nacional, sobretudo pelas formações convencionais, gerando no
contexto educacional dos territórios indígenas as tensões entre colonialidade e decolonialidade.
Para o tratamento e análise dos dados, utilizaremos a Análise de Conteúdo via Análise Temática
(BARDIN, 2011, VALA, 1990).