O DESPERTAR DO CUIDADO HUMANIZADO NOS ESTUDANTES DE ENFERMAGEM A LUZ DA PSICOLOGIA POSITIVA
cuidado humanizado, resiliência, enfermagem, formação de enfermeiros
Um dos principais desafios atuais da área da Enfermagem é efetivar uma prática de cuidado que transcenda o modelo tecnicista e que enxergue o paciente para além da doença. Tal realidade torna a temática da humanização do cuidado uma pauta indispensável nas conferências e congressos, nas discussões que fomentam a qualidade dos atendimentos, nas Políticas de Saúde e nas Diretrizes Curriculares que orientam a formação dos profissionais de saúde no Brasil. Nota-se, porém, que apesar de haver esforços para introduzir o cuidado humanizado na realidade destes profissionais, muitos não o efetivam em sua atuação. Assim, questionamos: Por que há dissonância entre o que se ensina e a prática efetiva do cuidado humanizado? Nossa hipótese é que isso se explica porque o ensino do cuidado humanizado tem sido firmado sobre uma fundamentação deontológica, baseada apenas na moral e nos deveres que guiam a profissão. Desse modo, objetivamos propor uma nova fundamentação a partir da psicologia positiva sob a ótica da resiliência em B. Cyrulnik, com o intuito de que este cuidado faça sentido visto que se trata de um aspecto atitudinal. Acreditamos que essa fundamentação psicológica nos possibilita pensar uma nova maneira de transmitir/aprender o cuidado humanizado, voltando o olhar para o sujeito que aprende. Nessa perspectiva, sugerimos a teoria de B. Charlot conhecida como Relação com o Saber, que dá ênfase aos elementos propulsores da aprendizagem: Sentido-Valor-Mobilização, e considera a singularidade do sujeito aprendiz. Para tanto, iremos nos valer de três propostas metodológicas: o mapeamento das pesquisas sobre o cuidado humanizado, o estudo de caso de uma menina que descobriu o sentido e o valor do cuidado humanizado, até que se tornou enfermeira e professora despertando esse cuidado em sua prática profissional, e a análise conceitual das bases teóricas apresentadas.