UM MODELO TAXONÔMICO DAS MÁQUINAS SOCIAIS BASEADO NA TEORIA DA CLASSIFICAÇÃO FACETADA
Sistemas de Informação. Sistemas Sociotécnicos. Computação
Social. Máquinas Sociais. Taxonomia. Teoria da Classificação Facetada.
Com o crescente interesse em Sistemas de Informação (SI) baseados na Web,
começou-se a investigar uma classe específica: as Máquinas Sociais (do
inglês, Social Machines, SM). As Máquinas Sociais representam sistemas
sociotécnicos que estabelecem ligações através de determinadas restrições
para lidar com a complexidade de serviços e operações. Analogamente, com a
disseminação da Web como uma plataforma de desenvolvimento de software,
juntamente com o aumento da interatividade e conectividade de aplicativos,
modificou-se a compreensão da natureza da computação. A incorporação da
computação na sociedade através de dispositivos pessoais tem conduzido à
discussão de Computação Social e Máquinas Sociais. Além disso, representam
o desenvolvimento tecnológico que concatena o comportamento humano (e,
portanto, social) com sistemas computacionais, guiando a existência ainda
maior de relacionamentos entre pessoas e máquinas para solução de
problemas. Ainda que estes problemas sejam no âmbito governamental, na
saúde, na segurança ou no combate a violência, na educação, dentre outras
áreas relevantes, fazendo com que as gerações de software elevassem o nível
de relacionamento e conectividade que antes era desconhecido. Contudo, as
tendências e desafios de pesquisas relacionadas às Máquinas Sociais iniciam
desde a dificuldade nas definições da área, por não serem padronizadas,
dificultando a compreensão e consolidação dos conceitos relacionados,
minando a criação de novas pesquisas nesta temática. O objetivo desta
pesquisa é, portanto, definir um esquema taxonômico sobre as máquinas
sociais, utilizando uma abordagem facetada. Para tanto, utilizou-se de uma
metodologia baseada em: revisão exploratória da literatura, mapeamento
sistemático, métodos de prospecção e um método taxonômico. A pesquisa
aborda a classificação dos conceitos, das tecnologias utilizadas, do
comportamento (como funciona/como é?), das funcionalidades (a
finalidade/para que?), da evolução (análise comportamental) e das
perspectivas (tendências) das Máquinas Sociais. A principal contribuição
deste estudo é a elaboração de um instrumento para representar o
conhecimento na área das Máquinas Sociais permitindo a tradução desse
domínio através de um modelo de classificação. Foram observados nos
trabalhos levantados que há a falta de uma taxonomia (classificação)
referentes às pesquisas relacionadas às Máquinas Sociais. Inclusive, além
de ser importante a construção de uma taxonomia, em que trabalhos mencionam
poder existir, também é interessante caracterizar as Máquinas Sociais,
podendo estes ser tratados como um modelo taxonômico ou modelo
classificatório. Isso inclui um estudo comportamental e evolutivo das
Máquinas Sociais e suas perspectivas, focando a atenção em problemas e
soluções de maneira mais pontuais. Ao mesmo tempo que o resultado deve
permitir um aprofundamento na compreensão da natureza dos fenômenos
relacionados ao tema, dando existência à construção de uma Teoria da
Classificação Facetada (TCF) das Máquinas Sociais. O resultado alcançado é
um primeiro passo em direção à consolidação e formalização da temática, o
que abrirá espaços para a construção de novos modelos (por exemplo,
representações semanticamente anotadas) que possam servir de suporte
inclusive à tomada de decisões em um ambiente cada vez mais socialmente
conectado.