O VIOLÃO DE SETE CORDAS: processo de criação no CD “Paulo Moura e os batutas”
Paulo Moura. Jorge Simas. Improviso. Fraseado. Violão 7 Cordas.
O presente estudo tem como principal finalidade caracterizar o processo de criação ao violão de 7 cordas na gravação ao vivo do CD Paulo Moura e Os Batutas, no Teatro Carlos Gomes no Rio de Janeiro em agosto de 1996. Para atingir tal propósito, a pesquisa toma, como objeto de referência, a descrição da execução feita nesse instrumento em três faixas selecionadas e a análise da harmonia e fraseado característico que emoldura os gêneros das peças escolhidas. A pesquisa é qualitativa de cunho interpretativista, visto que os dados reais foram coletados de forma indutiva, sem uso de ferramentas estatísticas, para posterior análise, sendo o pesquisador o agente ativo na investigação e ao mesmo tempo o agente investigado. Para dar conta do seu objetivo, a pesquisa toma como referenciais teóricos PELLEGRINI (2005) e TABORDA (1995), dentre outras publicações. O contexto que envolve o registro do álbum em foco tem papel determinante no resultado obtido e é descrito para que se fizesse uma análise de aspectos musicais e psicológicos que permearam o evento mater da pesquisa. Para tanto, foi feita uma análise comparativa-dedutiva, considerando-se outras gravações, quando possível e quando a importância de outros registros justificava tal procedimento. Os resultados obtidos consideram esses aspectos e ressaltam que as conclusões representam um olhar pessoal do pesquisador quando escrevia o trabalho, levando em conta que música é algo que vai além da experiência com som e suas características de timbre, altura, duração e intensidade. Ela resulta de uma ação interativa entre instrumentistas, repertório, público e contexto da apresentação. Em cada obra focalizada, um elemento se destacou. Na valsa “Rosa”, destacaram-se as rearmonizações; no choro “Ingênuo”, inovações no fraseado; e no samba “Pelo Telefone”, maiores possibilidades rítmicas.