AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTAGONISTA DO STICL-Et SOBRE OS RECEPTORES 1-ADRENÉRGICOS E SUA RESPOSTA EM RATOS SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO PROTEICA DURANTE GESTAÇÃO E LACTAÇÃO
Antagonistas dos receptores α1–adrenérgicos; Desnutrição proteica; Hipertensão Arterial Sistêmica, Hiperplasia Benigna de Próstata; Pirimidinonas.
Os receptores α1-adrenérgicos estão distribuídos amplamente pelo organismo. De modo a tratar condições como a Hipertensão Arterial Sistêmica, Hiperplasia Benigna de Próstata e Urolitíase, são utilizados os antagonistas dos receptores α1. Embora esta classe de fármacos seja bastante tolerável, as drogas apresentam pouca seletividade, outras possuem um tempo curto de meia-vida e algumas são capazes de ocasionar apoptose em determinados tecidos. Assim, é relevante a busca por novos antagonistas dos receptores α1-adrenérgicos. Os adrenoreceptores também desempenham um papel importante na programação fetal da hipertensão. Um modelo experimental usado para o estudo da programação da hipertensão é a restrição proteica durante gestação e lactação. Dentre os mecanismos que justificam a elevação da pressão arterial nesse modelo, tem-se a hiperatividade simpática. Diante disso, objetivamos caracterizar a ação do STICL-Et sobre os receptores α1-adrenérgicos e verificar a influência da restrição proteica em sua resposta vascular na prole de ratas submetidas à restrição proteica durante gestação e lactação. Os compostos, à base de pirimidinona, foram sintetizados e fornecidos pelo laboratório de Síntese Orgânica- UFPE. Para avaliarmos a citotoxicidade dos compostos, foi realizado o ensaio MTT na linhagem celular HUVEC e A7r5. Para o screening dos compostos, os anéis de artéria aorta de ratos, com o endotélio removido, foram montados no banho de órgãos. Em seguida, foram construídas curvas concentração-efeito cumulativas para a fenilefrina na presença e ausência dos compostos STICL, STICL-Prop, STICL-Acet, STICL-Et e SATICL ou da prazosina. A partir das curvas concentração-efeito obtidas, foram calculados o Efeito Máximo e o pEC50. Essas curvas também serão construídas na artéria aorta de ratos, na presença e ausência do endotélio, em animais controle e em animais cujas mães foram submetidas à restrição proteica durante gestação e lactação, para verificar a influência da restrição proteica na resposta adrenérgica. A fim de caracterizarmos o composto STICL-Et, serão utilizados os ductos deferentes de ratos, eles serão montados no banho de órgãos e submetidos a alguns protocolos de curvas concentração-efeito na presença ou ausência do STICL-Et, para posterior cálculo Efeito máximo e o pEC50. Por fim, será realizado o ensaio de toxicidade aguda oral, conforme OECD – 423. Na avaliação da citotoxicidade na linhagem celular HUVEC, a viabilidade variou entre 86,8 - 95,6%, enquanto que em células A7r5 variou entre 92,2 - 106,7%, o que demonstra que todos compostos podem ser considerados não citotóxicos nas condições avaliadas. O STICL-Et foi o composto que apresentou um maior percentual de viabilidade celular em células A7r5 (106,7%). Após screening, na concentração de 100 μmol/L, apenas o composto STICL-Et foi capaz de reduzir a contração induzida pela fenilefrina (Controle: Emax=2,28 0,14 g e pEC50= 7,60 0,21, n=8; Prazosina: Emax=0.10 ± 0.10* g, n=2; STICL-Et: Emax=0.12 ± 0.09* g, n=5. Diante disso, os resultados sugerem que o composto STICL-Et pode ser um antagonista dos receptores α1–adrenérgicos, uma vez que na ausência do endotélio foi capaz de reduzir a contração induzida pela fenilefrina. Ainda, este composto não apresentou uma citotoxicidade nas condições avaliadas, sendo bastante promissor, podendo tonar-se um candidato à fármaco.