ARQUEOLOGIA EXPERIMENTAL COM PINTURAS RUPESTRES: A REPRODUÇÃO COMO MEIO DE REFLETIR AS TÉCNICAS
Arqueologia Experimental; Pinturas Rupestres; Arte Rupestre; Pré-História
A Região Nordeste do Brasil dispõe de uma das maiores concentrações de sítios de Arte Rupestre do mundo. Além da diversidade técnica, as diversidades temática e representativa são indicativas de variedade cultural dos grupos humanos Pré-Históricos. No estudo das técnicas é possível estimar quais as etapas e materiais usados nas composições das pinturas. Com a aplicação da Arqueologia Experimental, a presente pesquisa tem por objetivo identificar variações técnicas na execução de pinturas rupestres. Os métodos aplicados contaram com imersão teórica e construção de modelos para a recriação de tintas a partir de elementos naturais, com base em pesquisas já realizadas em outras regiões do mundo. Uma das etapas adotadas foi o tratamento térmico com a intenção de melhoramento ou variação cromática, o que permitiria relacionar a presença de ocres encontrados em contexto de estruturas de combustão presentes em diversos sítios arqueológicos. A caracterização previa seguida de análise por FRX permitiria, com base nos resultados, identificar variações técnicas nos experimentos e compor modelos comparativos para as pinturas rupestres pré-históricas. Os resultados demonstraram que não foi possível identificar diferenças entre ocre queimado e o in natura a partir da análise por FRX, ou diferenças cromáticas entre tratamentos térmicos distintos. Foi possível, porém, perceber e estimar a capacidade de fixação do pigmento e a absorção do aglutinante pelo suporte, o que influi diretamente na longevidade das pinturas rupestres.