CONVERSÃO ENTRE OS REGISTROS DE REPRESENTAÇÃO GRÁFICO E ALGÉBRICO DA FUNÇÃO AFIM: ANÁLISE A PARTIR DA INTERPRETAÇÃO GLOBAL DE PROPRIEDADES FIGURAIS
Função afim. Registros de Representação Semiótica. Abordagem de interpretação global
Esta pesquisa, cujo aporte teórico é a Teoria dos Registros de Representação Semiótica
(TRRS), desenvolvida pelo filósofo francês Raymond Duval (2003, 2009, 2011a, 2011b, 2012,
2018), tem por objetivo analisar a conversão entre os registros de representação gráfico e
algébrico da função afim realizada por estudantes do ensino médio, a partir da abordagem de
interpretação global de propriedades figurais. Um levantamento do desempenho dos estudantes
concluintes do Ensino Médio, nos itens dos testes de Matemática do Sistema de Avaliação
Educacional de Pernambuco (SAEPE) que abordam o reconhecimento da representação da
função afim em seu registro algébrico dado o seu registro gráfico, apontou dificuldades para
articular esses dois registros por parte dos estudantes. O procedimento metodológico consistiu
na aplicação de um instrumento composto por quatro questões: duas caracterizadas como tarefa
de reconhecimento e duas do tipo abertas, para 45 estudantes do 3o ano do ensino médio de
duas escolas estaduais da cidade de Garanhuns – PE; complementado com a realização de 16
entrevistas semi-estruturadas. As análises foram realizadas a partir da categorização dos dados
em unidades de registros, de acordo com a Análise de Conteúdo, de Bardin (2016). Em resposta
ao primeiro objetivo específico, os dados apontam como estratégias empregadas no processo
de conversão entre os registros gráfico e algébrico, a abordagem ponto a ponto em conjunto
com tratamentos na expressão algébrica e o apoio no registro tabular. Em relação ao segundo
objetivo específico: analisar como os estudantes reconhecem a representação da função afim
em seu registro algébrico, a partir do seu registro gráfico e vice-versa, foram diagnosticados
falsos reconhecimentos das unidades significativas do registro de representação gráfica,
ocasionando conversões não exitosas da representação da função afim para o registro algébrico.
Os resultados obtidos permitem concluir e ratificar, as afirmações já preconizadas por Duval
(2011a): para uma leitura e interpretação correta das representações gráficas se faz necessária
a sua interpretação global, permitindo que os estudantes discriminem as suas diferentes
variáveis visuais e tenham consciência de suas correspondências com as alterações
significativas nas unidades simbólicas da representação algébrica.