HISTÓRIA DE VIDA E CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS LEIGOS
História de vida; Formação docente; Docência na educação superior e Qualidade do ensino superior.
A presente pesquisa tem como objetivo verificar como se dá a construção da identidade profissional do professor leigo em uma Instituição de Ensino Superior Pública. Defino “Professor Leigo” como o professor que não teve formação para a docência, mas que teve formação técnica especifica para atuar profissionalmente como profissional liberal e que prestou concurso público para o magistério superior. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de caráter descritivo exploratório, combinada com pesquisa bibliográfica e de análise documental, onde foram entrevistados, três professores do curso de Odontologia e dois professores do curso de Medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), utilizando-se a metodologia da História Oral. Através de entrevista semiestruturada e uso de questionário para obtenção de dados sócio demográficos. Foi observado que muitos jovens anseiam por uma profissão de destaque que lhes proporcionem uma boa remuneração, então a Odontologia e a Medicina, com seus amplos campos de atuação parecem preencher esses requisitos. Porém, desejos antigos e guardados, como ser professor, após a conquista da profissão liberal tão almejada, torna-se viável e com possibilidade dessa outra profissão proporcionar prazer, felicidade e reconhecimento social. A docência superior, não pode ser vista como uma ocupação secundária, é uma profissão como outra qualquer, que requer conhecimentos específicos, disponibilidade de tempo e disposição para um aprendizado constante. A docência é na realidade uma atividade complexa, que envolve vários aspectos, como conhecimentos pedagógicos, conhecimentos profissionais e relações interpessoais. Consiste em uma relação indissolúvel e em constante construção entre professor, aluno e conteúdo a ser trabalhado para melhor atender as demandas sociais e profissionais da sociedade atual. Todos os participantes do estudo fizeram referência a grande satisfação que é ser professor, e se sentem orgulhosos por pertencerem a UFPE, que o convívio com os jovens é muito gratificante, mas que as cobranças institucionais para conseguir progressão na carreira docente são muitas e a remuneração foi referida por alguns entrevistados como um fator que dificulta uma maior dedicação à docência. Por tratar-se de uma atividade que está exposta a muitas exigências, sendo passível de se vivenciar conflitos pessoais e profissionais que podem afetar a percepção de satisfação e até mesmo a saúde desses profissionais.