A REVISTA NOVA ESCOLA – UMA PEDAGOGIA CULTURAL NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES/AS DAS CLASSES MULTISSERIADAS DO CAMPO
Formação continuada; Classes multisseriadas do campo; Educação do Campo; Revista Nova Escola; Pedagogia Cultural.
A referida dissertação produzida no núcleo de Formação de Professores/as e
Práticas Pedagógicas, do programa de Pós Graduação em Educação da
Universidade Federal de Pernambuco-UFPE, tem como objeto teórico de
estudo a formação continuada de professores/as das classes multisseriadas do
campo, no discurso midiático da revista Nova Escola. Consideramos que para
além das formações continuadas, ofertadas por meio de programas municipais
de educação, estaduais ou nacionais, a mídia também apresenta-se como um
elemento formativo. Há que se reconhecer a necessária análise dos
enunciados que estão disponibilizados e postos em circulação pelas mídias e
que chegam nas escolas multisseriadas sobre como deve ser a educação do
campo. O objetivo geral da pesquisa é compreender como os discursos
veiculados pela Revista Nova Escola sobre a Educação do Campo estão
implicados na formação continuada de professores/as/as das classes
multisseriadas do campo, e como objetivos específicos: identificar nos
enunciados da Revista Nova Escola os temas/problemas da educação do
campo; analisar como nos enunciados da Revista Nova Escola os saberes da
cultura campesina são abordados; refletir a partir da análise da coexistência
discursiva as dinâmicas de poder envolvidas nos enunciados sobre campo,
educação do campo, professor/a e escola. A abordagem qualitativa da
pesquisa tem como estratégia analítica o uso de elementos da Análise Cultural
e da Análise do Discurso de inspiração foucaultiana, sob as quais analisamos
imagens e textos em sua função enunciativa e nos aspectos da posição dos/as
sujeitos/as. O corpus analítico foi composto pelos enunciados presentes na
Revista Nova Escola no período de 2013 a 2019, totalizando 15 enunciados. A
análise do nosso corpus nos permitiu perceber que nos discursos da Revista
Nova Escola, há uma revalidação subjetiva de representações cristalizadas
sobre a Educação do Campo, pautada numa perspectiva ruralista que
desrespeita os princípios da Educação do campo. Através da reiteração dos
enunciados ela posiciona o tipo de professor/a para as escolas multisseriadas
do campo, não é aquele pensante, mas aquele adaptador de conteúdo.