CONTRIBUIÇÕES DA FENOMENOLOGIA DA FÉ EM MARTIN BUBER PARA O CAMINHO DE FORMAÇÃO HUMANA
Martin Buber; Fé própria; Formação humana.
A presente pesquisa buscou encontrar um tipo de fé que fomente o processo singular e único de conquista do sentido da vida de cada ser humano e que garanta ao pensamento pedagógico uma centralização no desenvolvimento integral do educando, buscando compreender as formas de aquisição e de afirmação dessa fé ao longo do percurso existencial. Desse modo, parte-se da vida e obra do filósofo austríaco, Martin Buber, para se aproximar do processo de aquisição e afirmação de uma fé própria e o seu ressoar na formação humana. Nesse caminho de pesquisa utiliza-se enquanto horizonte metodológico a interligação entre a fenomenologia, a hermenêutica, a Teoria da Multidimensionalidade de Ferdinand Röhr e a perspectiva ontológica relacional de Buber, criando com isso uma metodologia fenomenológica-hermenêutica-multidimensional-relacional. Trata-se, portanto, de uma pesquisa bibliográfica que se ampara numa metodologia criada no curso da pesquisa para se aproximar do fenômeno da fé e da formação humana. Em seu desenvolvimento, pesquisou o conceito de fé nos dicionários de língua portuguesa, filosofia e teologia, bem como também a literatura sobre o conceito de fé e educação, realizou duas revisões da literatura, sendo a primeira sobre fé e educação, e a segunda sobre fé, educação e Martin Buber. Esses movimentos nos permitiram nos aproximar tanto das inúmeras noções de fé, quanto das perspectivas buberianas de educação e fé. No transcorrer da pesquisa ainda foram realizadas aproximações tanto em relação a biografia de Buber quanto as suas obras, a partir desses giros podemos surgem algumas “fotografias” da vida de Buber que elucidam seu processo de aquisição de uma fé própria e seu imbricamento com sua formação humana. Assim, chegou-se a uma fé própria em Buber a qual é a forma de caminhar buscando desvelar seu eu autêntico. Esse desvelamento não ocorre no isolamento, nem dentro de uma relação permeada pela falsidade, mas, sim, no entre de uma relação de um Eu para com um Tu. Tais relações são raras e passageiras (dentro do tempo cronológico), mas também são tão vivas e reais que continuam agindo dentro do ser após já se terem ido “embora”. A fé própria, em Buber, vai tecendo e sendo tecida em sua busca por encontros verdadeiros; por relações, assim chamadas por ele, de Eu-Tu; pela dialogicidade presente num momento de inteireza entre duas pessoas reais; etc. Desse modo, a fé se forma nas relações concretas e a formação humana tem o papel de fortalecer as forças realizadoras.