NEGRA CORRENTEZA: NARRATIVAS DE MULHERES NEGRAS ATIVISTAS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS DE PERNAMBUCO
Mulheres Negras; Escrevivência; Entrevistas Narrativas; Movimentos Sociais; Educação.
A presente dissertação surge quando ocupo o lugar de mulher negra militante atuante da cultura pernambucana, pedagoga e mente pensante junto às minhas irmãs. Assim, sendo a militância um espaço importante na subjetivação de pessoas que por ela passam, me lancei a indagar: como se dá esse processo com mulheres negras militantes dos movimentos sociais em Pernambuco? Objetivando analisar as potencialidades e limites nas construções plurais de narrativas das subjetividades de mulheres negras ativistas dos movimentos sociais de Pernambuco. Metodologicamente me propus a realizar um movimento de trabalho com o conceito de escrevivência, de Conceição Evaristo, tendo na Entrevista Narrativa ferramenta para encaminhar essa pesquisa junto às mulheres negras que colaboram comigo, compartilhando suas escrevivências junto aos movimentos sociais. Dessa forma, no eixo de articulações analíticas, através do Xirê de Escrevivência, uma verdadeira roda de diálogo de vivências dessas mulheres negras para articular com autores, surgem categorias que emergem de suas narrativas como norteadoras da fundamentação teórica e dos possíveis futuros desdobramentos. Com esta pesquisa, através das narrativas das colaboradoras, chegamos à compreensão, segundo a qual, a experiência refletida por essas mulheres negras em seu ativismo constitui o currículo dos movimentos sociais. É essa negra correnteza que faz surgir caminhos que potencializam a possibilidade prática de um currículo narrativo dos e nos movimentos sociais em Pernambuco.