TECENDO FIOS, COSTURANDO HISTÓRIAS: EXPERIÊNCIAS, DISPUTAS E LUTAS DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE DURANTE O PROCESSO DE REDEMOCRATIZAÇÃO E LIMIAR DA NOVA REPÚBLICA
Associativismo. Sindicalismo. Trabalhadores da Educação. Experiências. Nordeste.
A presente pesquisa versa sobre a organização coletiva dos professores da educação básica estadual na região Nordeste no período correspondente ao processo de redemocratização e início da Nova República no Brasil, contemplando experiências, disputas e lutas dos professores das redes públicas estaduais de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Entendendo a importância das lutas sociais e trabalhistas empreendidas no transcurso da década de 1980, retomadas, principalmente, com a onda grevista da região do ABC paulista, contestamos a ideia deste período como uma “década perdida”, afirmando-a, em razão mesmo das referidas lutas, como a “década dos vencidos”. A investigação da ação do professorado nordestino em torno de suas Associações nos permitiu verificar, dentre outras coisas, disputas internas quanto ao controle das entidades, articulações e exigências a nível nacional junto à Confederação dos Professores do Brasil e a ocorrência de greves e outras mobilizações bastante expressivas. A perspectiva adotada foi a “história vista de baixo”, conforme as formulações de E. P. Thompson (1981; 2019), no sentido de pôr em relevo os anônimos, a gente comum, os “vencidos”, seus interesses e necessidades. Deste modo, visando dar conta de nossos objetivos, lançamos mão de uma diversidade de fontes, quais sejam: boletins informativos, panfletos de greve e paralisações, atas de assembleia, estatutos, fotografias, fontes orais, jornais, relatórios de órgãos de vigilância, dentre outras. Assim, compreendendo a classe social como uma formação histórica que homens e mulheres elaboram a partir de suas próprias experiências de luta, objetivamos compreender como professores e professoras, em contextos espaço-temporais distintos, agiram no sentido de reivindicar melhores condições de vida e trabalho e interferir, também, nos rumos da educação e da política regional e nacional