“Avaliação da ação inseticida do óleo fixo de Syagrus coronata (Mart.) Becc. contra Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855 (Coleoptera, Curculionidae)”
Gorgulho-do-milho; Controle Inseticida; Plantas da Caatinga
O Sitophilus zeamais Motschulsky, 1855 (Coleoptera, Curculionidae), é popularmente conhecido como gorgulho do milho. A espécie, é considerada praga primária de diversos grãos armazenados e pode ser encontrada em regiões tropicais. Os prejuízos causados pelo S. zeamais a armazéns de cereais levam ao uso constante de inseticidas sintéticos, tornando o controle cada vez mais difícil. A identificação de plantas com efeito inseticida surge como método alternativo de controle de pragas, isso se deve ao fato de que, os inseticidas vegetais não afetam drasticamente o meio ambiente e nem a produção de grãos. Assim, o domínio fitogeográfico Caatinga surge como uma grande área que abriga diversas espécies vegetais como uma rica fonte de compostos bioativos. O Licuri é encontrado nos Estados da Bahia, Norte de Minas Gerais, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, com grande potencial de utilização além do alto teor de óleo de excelente qualidade (49,2%) presentes nas amêndoas. Considerando a importância da espécie S. coronata, o objetivo foi a avaliação química e a atividade da ação inseticida do óleo fixo de S. coronata por meio de testes de toxicidade de contato, taxa de crescimento populacional e efeito residual em populações de S. zeamais. A avaliação química do óleo revelou 100% dos compostos, sendo 8 tipos de ácidos graxos, destes 4,09 % foram ácidos graxos insaturados e 95,91% de saturados. O ácido láurico (59,88%), foi o composto majoritário, seguido do ácido mirístico (13,13%) e o ácido cáprico (9,61%). Para o teste de contato, o óleo fixo de S. coronata apresentou concentrações letais (CL50 a CL90) de 59,75 µL e 124,15 µL respectivamente, frente o S. zeamais. Foi atestado que o óleo fixo de S. coronata interferiu na emergência do S. zeamais, reduzindo a taxa de crescimento populacional. Isso foi observado quando em comparação das CL´s com o tratamento controle que houve maior taxa de emergência de insetos. Para o teste de efeito residual foi observado que o óleo fixo de S. coronata não possui efeito contra o S. zeamais. Apenas no dia 1 (24 após a aplicação do óleo), é que foi observado mortalidade na população em estudo, ou seja, o óleo age matando o inseto em menor tempo de exposição e não deixa resíduo nos armazenados tratados. Os resultados obtidos neste trabalho evidenciam a importância da utilização de compostos vegetais, tais como óleos fixos, óleos essenciais, extratos botânicos como uma alternativa para o manejo de S. zeamais no armazenamento de sementes de milho. O ácido láurico (59,88%), foi o composto majoritário, mais evidente. O óleo fixo de S. coronata interferiu na emergência do S. zeamais, reduzindo a taxa de crescimento populacional. O óleo fixo de S. coronata não possui efeito residual significativo contra a população em estudo, ou seja, o óleo age matando o inseto em menor tempo de exposição e não deixa resíduo nos armazenados tratados.