AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE E ATIVIDADES ANTIPIRÉTICA E CICATRIZANTE DE FRAÇÃO RICA EM LECTINA (PgTeL) DA SARCOTESTA DE Punica granatum EM CAMUNDONGOS
romã; avaliação toxicológica; propriedades farmacológicas; lectina.
Punica granatum, popularmente conhecida como romãzeira, é uma frutífera com ampla distribuição mundial que se destaca como um reservatório fitoquímico de grande valor medicinal. A primeira parte presente estudo descreve o perfil fitoquímico, o potencial antioxidante, bem como a avaliação da toxicidade oral aguda e a genotoxicidade de uma fração proteica (FP) da sarcotesta de P. granatum. Ainda, foi investigado o efeito antigenotóxico. O perfil fitoquímico de FP foi determinado por CLAE. O efeito antioxidante in vitro foi avaliado pelos métodos de capacidade antioxidante total (CAT) e de sequestro dos radicais DPPH e ABTS+. A toxicidade oral aguda foi avaliada em dose única de 2000 mg/kg em camundongos. FP foi avaliada quanto à genotoxicidade e antigenotoxicidade em doses de 500, 1000 e 2000 mg/kg, sendo analisadas células de sangue periférico dos camundongos. A caracterização fitoquímica revelou elevado teor de ácido elágico. Uma capacidade antioxidante expressiva foi demonstrada. FP não foi tóxica (DL50 > 2000 mg/kg) nem apresentou efeito genotóxico nos camundongos. FP promoveu proteção do DNA das células de sangue periférico contra danos provocados pela ciclofosfamida. Em conclusão, a fracão apresenta elevada atividade antioxidante sem apresentar efeitos tóxicos ou genotóxicos para camundongos. Na segunda parte, foi conduzida uma investigação da toxicidade subaguda oral (28 dias) de FP e avaliada a sua atividade antipirética. Uma dose oral de 250, 500 ou 1000 mg/kg foi administrada diariamente durante 28 dias a camundongos de ambos os sexos. O peso corporal, a ingestão de alimentos e água, parâmetros bioquímicos e hematológicos do sangue e a composição da urina foram avaliados. Exames histopatológicos do fígado, rim, baço, pulmões e coração também foram realizados, bem como investigação de marcadores de estresse oxidativo nos órgãos. O efeito antipirético da fração (100 mg/kg) foi avaliado usando um modelo de febre induzida por levedura. A administração da fração, em todas as doses durante 28 dias, não afetou o ganho de peso corporal, consumo de água e ração e parâmetros hematológicos em camundongos machos e fêmeas. Parâmetros bioquímicos em camundongos machos e fêmeas mantiveram-se normais. A atividade de catalase no fígado aumentou significativamente em animais ambos os sexos, enquanto a peroxidação lipídica diminuída no fígado mantiveram-se normal. A fração exerceu efeito antipirético após 60 min de sua administração e o efeito se manteve até o final da duração da observação (180 min). Sendo assim, quando administrada oralmente, a fração proteica não apresentou efeitos tóxicos significativos ao longo de 28 dias consecutivos e demonstrou atividade antipirética.