INVESTIGAÇÃO DE VIAS OXIDATIVAS E PRÓ-FIBRÓTICAS ENVOLVIDAS NA LESÃO
RENAL INDUZIDA PELO DIABETES MELITTUS
Doença renal diabética; Estresse oxidativo; Fibrose renal; Terapia
antioxidante.
O Diabetes mellitus é uma doença crônica não-transmissível que está entre as dez principais
causas globais de morte, associada com perda progressiva e irreversível da função renal,
levando a condição conhecida como doença renal diabética (DRD). O estresse oxidativo e a
fibrose apresentam papel central na fisiopatologia da DRD. O objetivo deste estudo foi
investigar, usando ferramentas farmacológicas, a importância de distintas vias produtoras de
espécies reativas do oxigênio (EROs) no estresse oxidativo renal e na deposição de tecido
fibrótico renal em ratos com diabetes induzida por estreptozotocina (STZ). Dessa forma, ratos
Wistar adultos foram a indução de diabetes pela exposição à STZ simultaneamente ao
tratamento diário por seis semanas com apocinina (inibidor da NADPH oxidase), celecoxibe
(inibidor da COX-2) ou alopurinol (inibidor da xantina oxidase). Os ratos diabéticos
apresentaram alteração dos marcadores séricos e urinários de função e lesão renal, indicando
a presença de injúria renal, paralelamente ao aumento da deposição de matriz extracelular
(MEC), suprarregulação do TGF-β1, aumento da peroxidação lipídica e ativação da NADPH
oxidase no córtex renal. Os tratamentos com apocinina, celecoxibe e alopurinol mostraram ser
eficientes na proteção da função/lesão renal e na redução da peroxidação lipídica renal. Por
outro lado, apesar do tratamento com apocinina e alopurinol terem inibido a atividade da
NADPH oxidase e reduzido a deposição de MEC induzida pelo diabetes, a inibição da COX-2
não apresentou os mesmos efeitos. Em conclusão, os dados do presente estudo demonstram
que o estresse oxidativo induzido pelo diabetes é dependente de vias pró-oxidantes diversas.
Entretanto, a produção de EROs mediada pela NADPH oxidase parece apresentar papel
convergente na fisiopatologia da DRD.