Análise da Segurança de Barragens Através aa Modelagem Computacional e da Aplicação de um Método de Avaliação de Segurança
Modelo digital do terreno. Mancha de inundação. Rompimento de barragem.
Barragens são infraestruturas que, de maneira geral, atendem aos usos múltiplos dos recursos hídricos, em que sua implementação cobra planejamento apropriado, cumprimento das exigências legais e um plano de limites de segurança especialmente elaborado. Nesse sentido, os objetivos dessa pesquisa se pautaram em verificar o efeito de diferentes resoluções de modelos digitais do terreno (SRTM, PE3D 5m e PE3D 30m) nas manchas de inundação do rompimento hipotético das barragens Serra dos Cavalos e Guilherme Azevedo. Além disso, analisar o nível de segurança nesses e em outros 36 (trinta e seis) barramentos. Nesse contexto, seguiu-se um percurso metodológico que consistiu na determinação dos hidrogramas de ruptura da barragem Serra dos Cavalos e barragem Guilherme Azevedo, cujo empreendedor é o Departamento Nacional de Obras Contra a Seca – DNOCS, observando a propagação da onda de cheia ocorrida depois das rupturas desses barramentos, mapeando os locais potencialmente inundáveis e, assim, comparando as manchas de inundação produzidas através dos modelos digitais do terreno. A modelagem foi realizada por meio da aplicação do software HEC-RAS. A segunda análise quanto a segurança de barragens foi voltada à aplicação do Índice de Segurança de Barragens – ISB, proposto pela metodologia de Zuffo (2005), em barramentos sob a jurisdição do DNOCS no estado de Pernambuco, viabilizada através de documentos do Convênio entre esse órgão e a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, em 2021. Dessa forma, a pesquisa constatou que devido a barragem Serra dos Cavalos ser de terra, a ruptura da brecha demora acontecer, em relação a Barragem Guilherme Azevedo, em que a ruptura da brecha ocorre de forma mais rápida, pois a estrutura final é de concreto (existência de outra barragem jusante). Pode-se ver a dimensão do impacto à vida que a mancha de inundação pode ajudar a prevenir, sendo a mais refinada proveniente do modelo digital do terreno PE3D 5m, o que indica o menor número de residências atingidas, possivelmente por ser mais preciso em sua resolução. Por fim, com a aplicação do ISB, verificou-se que mais da metade das barragens avaliadas exibiram “condição insatisfatória” em relação a segurança, enquanto o restante apresentou “condição deficiente”. Esse trabalho, então, verificou que no caso de estudo de ruptura de barragens para elaboração do PAE, sugere-se uma resolução espacial de 5 m para MDT’s adquiridos por meio de aerolevantamentos com laser LiDAR. Também, fica o alerta sobre os barramentos analisados, já que a avaliação os colocou entre as condições insatisfatórias e deficientes.