Potencial de Reúso de Efluentes Sanitários e suas Interfaces com a Gestão de Recursos Hídricos: Estudo de Caso da Bacia Hidrográfica do Rio Ipojuca
água de reúso; esgoto doméstico; revitalização de bacia hidrográfica; política de recursos hídricos
A bacia hidrográfica do Rio Ipojuca tem uma posição estratégica no Estado de Pernambuco, compreendendo espaços territoriais de diversos municípios que atuam como polos de desenvolvimento regionais e locais. No entanto, observa-se baixa disponibilidade hídrica na região e o comprometimento da qualidade da água do rio Ipojuca. Nesse cenário, o reúso de água proveniente do efluente de Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) doméstico se apresenta como alternativa para aliviar as pressões nos mananciais, contribuir para garantir água em quantidade e em qualidade para os diversos usos e reduzir conflitos pelo uso da água. Nesse contexto, o trabalho tem como objetivo principal avaliar as perspectivas do reúso de efluente de tratamento de esgotos domésticos como estratégia no planejamento e gestão de recursos hídricos, considerando a água de reúso como fonte alternativa para suprir demandas não potáveis e revitalizar bacias hidrográficas, através do estudo de caso da bacia hidrográfica do rio Ipojuca, em Pernambuco. A metodologia teve início com a caracterização da área de estudo, ampla revisão bibliográfica acerca do tema, levantamento de dados sobre as ETEs operadas pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e sobre os potenciais consumidores da água de reúso nos municípios que compõem a bacia. Com base nesses dados iniciais, estão em desenvolvimento duas abordagens principais: a primeira, com maior enfoque nos aspectos de gestão e no uso indireto do efluente como instrumento de revitalização da bacia; a segunda, com foco no uso direto não potável e na água de reúso como um incremento da oferta hídrica para atendimento das demandas na bacia em substituição à água potável. Os resultados obtidos até o momento mostram que o reúso tem sido apontado como uma opção para redução do lançamento de efluentes no rio Ipojuca. No entanto, as modalidades de reúso ainda não são regulamentadas em Pernambuco. Recomenda-se, além da implantação dos instrumentos de outorga e enquadramento na bacia, o desenvolvimento de estudo específico para a outorga de vazão de água de reúso e sua implantação. Ademais, também se faz necessário considerar os efeitos diretos e indiretos da redução de lançamento de efluente tratado no corpo hídrico. Com a conclusão da caracterização da oferta e demanda de água de reúso, espera-se avaliar a viabilidade e propor diretrizes para consolidação da prática na bacia, contribuindo para o fomento a reutilização de efluentes no Estado de Pernambuco.