Patologias em Dormentes de Concreto Protendido: Estudo de Caso de uma Ferrovia Brasileira
dormentes de concreto protendido; patologias do concreto; ferrovia
Este trabalho tem como objetivo contribuir para o estudo do comportamento dos dormentes ferroviários de concreto protendido. No Brasil, o dormente de concreto protendido é o principal tipo de dormente utilizado nos sistemas de transporte de passageiros (metrô) e vem sendo cada vez mais utilizado nas ferrovias de carga, principalmente com os recentes programas de incentivo ao transporte sobre trilhos do governo federal. Apesar dos claros benefícios da utilização desse tipo de dormente na ferrovia, ainda há desafios a serem superados para garantir que o dormente atenda de maneira plena aos critérios de desempenhos esperados, principalmente com relação à durabilidade. Por serem expostos às intempéries ambientais e submetidos a cargas cíclicas de grande intensidade, o dormente se torna um elemento de concreto susceptível a sofrer patologias dos mais variados tipos e origens. Neste trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica detalhada sobre a influência dos materiais no desempenho do dormente e sobre as principais patologias que afligem os dormentes. As patologias dos dormentes podem ser divididas entre aquelas com a causa relacionada a fatores internos, como as falhas ocorridas na produção dos dormentes e decorrentes de processos deletérios no concreto (como RAA e DEF), e as causadas por fatores externos, como a deterioração da superfície do concreto, as fissuras decorrentes das altas cargas de impacto da ferrovia e fatores ambientais como o congelamento e degelo do concreto. Em geral, as causas das falhas dos dormentes estão associadas ao uso de materiais inadequados na produção dos dormentes, falhas na execução da cura e protensão do concreto, má manutenção da ferrovia e más condições do material rodante. A presente pesquisa investigou também a ocorrência de manifestações patológicas em dormentes de uma ferrovia brasileira por meio de um estudo de caso. Os dormentes foram inspecionados visualmente e ensaiados por meio do ensaio de carbonatação, análise química e análise petrográfica a fim de identificar a patologia responsável pela degradação dos dormentes. Baseado nos resultados dos ensaios, aparência, condições de exposição e comparação com outros trabalhos, chegou-se à conclusão de que os dormentes estariam sendo afetados pela formação de etringita tardia.