Uso e geoespacialização do Indicador de Salubridade Ambiental: o caso de Pau dos Ferros (RN)
Epidemiologia, índices de saneamento, saneamento ambiental, COVID-19, SARS-Cov-2, saúde pública.
Este estudo mostra, pela primeira vez, a aplicação do Indicador de Salubridade Ambiental, a partir da geoespacialização de vinte bairros, em uma área urbana no semiárido do Brasil e sua relação com notificações de casos e óbitos por COVID-19. As informações sobre as condições sanitárias foram obtidas por meio de órgãos oficiais e de extensa pesquisa de opinião, nos anos de 2019 e 2020. Os dados de COVID-19 foram extraídos dos boletins epidemiológicos emitidos pela Secretaria de Saúde Estadual (RN), no período de maio de 2020 a abril de 2021. A estatística descritiva e multivariada foi usada para análise dos resultados, e um Sistema de Informações Geográficas, para espacialização dos achados. Dezoito bairros apresentaram baixa salubridade e dois foram classificados como insalubres. A intermitência no abastecimento de água, o colapso hídrico de uma barragem, a deficiência da rede de coleta e tratamento de esgotos e a presença irregular de um vazadouro a céu aberto para disposição dos resíduos sólidos, são a causa de nenhum dos bairros avaliados ter sido considerado salubre ou com média salubridade. A subnotificação, a adoção precoce de medidas restritivas e os aspectos meteorológicos e socioeconômicos de Pau dos Ferros, podem explicar a menor transmissão local da COVID-19. A sua taxa de letalidade em todos os bairros, ficou abaixo da média nacional (2,7%). Os resultados mostraram que a salubridade ambiental é fator preponderante no controle da pandemia, mas que não é o único elemento causal a ser investigado na ocorrência de casos e óbitos por COVID-19.