A INFLUÊNCIA DA RELIGIOSIDADE SOBRE O CONSERVADORISMO: UM
ESTUDO SOBRE O JULGAMENTO DE CONTADORES
Conservadorismo contábil, religiosidade, análise, profissionais.
A presente pesquisa tem como objetivo identificar se a religiosidade e fatores como
gênero, idade, nível de escolarização, experiência profissional e localização geográfica
podem influenciar o julgamento e a prática do conservadorismo dos profissionais em
contabilidade. A amostra é composta por observações brasileiras e portuguesas e conta
com a participação de 223 profissionais brasileiros e 113 profissionais portugueses. Como
instrumento de coleta de dados, um questionário foi aplicado aos profissionais buscando
conhecer o perfil desses respondentes e os colocando diante de situações simuladas do
dia a dia do profissional de contabilidade com o intuito de avaliar se seus comportamentos
são influenciados pela presença da religiosidade em suas vidas. A partir das respostas
enviadas pelos participantes, os dados foram analisados por meio da estatística descritiva,
análise fatorial, bem como estimou-se modelos de regressão múltipla por mínimos
quadrados ordinários (MQO). As análises de regressão apontaram relações significativas
entre a religiosidade e os níveis de conservadorismo contábil. Os resultados também
indicaram que os profissionais com mais tempo de trabalho são mais conservadores do
que aqueles que estão nos anos inicias da profissão, além de evidenciar uma relação
positiva entre o nível de escolaridade e o grau de conservadorismo. Adicionalmente, as
análises demonstram que os profissionais mais religiosos estão menos relacionados a
desvios de conduta e comportamento antiético, bem como os profissionais mais jovens
podem ser mais susceptíveis a comportamentos antiéticos. Por fim, no que se refere às
variáveis relativas às características individuais de faixa etária, localização geográfica, o
tipo de religião e o tempo que é adepto àquela religião não foram encontradas
significância estatística.