CONTIDO: OS DISCURSOS AINDA PERMITIDOS, AS CONDUTAS DE CENSURA E AS IMPLICAÇÕES NA ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO BIBLIOTECÁRIO
Censura. Relações de poder sobre a informação. Liberdade de expressão e de acesso à informação. Bibliotecário
No Brasil a censura foi política de Estado, extinta com redemocratização do país, todavia, nunca superada. No contexto sociopolítico brasileiro do final da década de 2020, voltou a ser praticada direta e ostensivamente pelo Estado e por entes civis, como se demonstra aqui por meio de três eventos representativos de censura às obras bibliográficas: a censura ao catálogo Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira (2017); a censura ao livro Meninos Sem Pátria (2018) e a censura a Graphic Novel Vingadores: a cruzada das crianças (2019). Apresenta como objetivo geral: discutir a censura a material bibliográfico no Brasil contemporâneo (2017-2019) e suas implicações nas atividades dos profissionais da informação, destacadamente do bibliotecário. Como problemática, apresenta o fato de a censura afetar diretamente o trabalho dos profissionais da informação. Estudo caracterizado como exploratório, quanto aos fins. Elege pesquisa bibliográfica e documental quanto aos meios. Como aporte teórico discute a censura e seus marcos históricos no Brasil; as relações de poder sobre o documento institucionalizado; autoridade e validação do discurso; direito constituído à liberdade de expressão e de acesso à informação e, por fim, as relações entre bibliotecário e a censura. Como resultados, compreende que o contexto sociopolítico atual (fins da década de 2020) favorece a prática da censura ostensiva nos moldes totalitários em desfavor dos profissionais da informação e do direito à liberdade de expressão e de acesso à informação.