Entre a Valorização Patrimonial e a Depreciação Econômica: Diretrizes econômico-preservacionistas para o mercado imobiliário do centro histórico de João Pessoa.
O mercado imobiliário (MI) é coordenado por convenções urbanas(COU), fundadas em práticas de grupos sociais que interagem na produção e apropriação do espaço. Entre estes, figuram os agentes imobiliários, cujas articulações estabelecem critérios valorativos para bens imobiliários, que conduzem, sob influência de outras condicionantes, a formação dos preços. Entre as COU, há um consenso de que não é lucrativo, do ponto de vista do MI, ter um imóvel histórico, pois, mesmo com o preço, por vezes, menor, a médio e longo prazos elevam-se os custos de manutenção e as possibilidades de capitalização diminuem, pois as especificidades do imóvel demandam custos de preservação. No centro histórico (CH) de João Pessoa, Paraíba, essa condição se manifesta de forma marcante, pois identificamos um modelo de coordenação mercantil do MI baseado numa racionalidade mimética que tem como referência a escala arquitetônica. Situação que nos levou a questionar: Os atributos dos CH são externalidades positivas - representando incremento no preço de mercado - ou negativas - atuando na depreciação econômica dos bens? Nossa hipótese é que só por meio de políticas públicas específicas se criam situações especiais que podem conformar um coeficiente de valorização diferenciado para os imóveis históricos. Assim, o objetivo desta tese é propor diretrizes e/ou mecanismos que fomentem a valorização imobiliária de imóveis históricos localizados em CH, de modo a equilibrar ou coibir os efeitos do coeficiente de depreciação. Entendemos que esta valorização deve ser originada das práticas sociais locais, de modo que a proposição apresente um equilíbrio entre o bem comum e as forças do mercado, coibindo a gentrificação.