"OUVIR MEMÓRIA, TECER HISTÓRIA": OS TRABALHADORES RURAIS DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS (1950-1959)
Modernidade; Memória; Trabalhador-Rural.
Essa dissertação historiciza as experiências cotidianas dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de Palmeira dos Índios em meio ao discurso e prática de industrialização e modernidade no Brasil na década de 1950. Discutimos quais espaços são ocupados por esses trabalhadores rurais, na cidade de Palmeira dos Índios que tinha como principal base econômica a produção agrícola, mas que se colocava dentro da vanguarda da modernização. As táticas de (re) existências construídas por estes trabalhadores (as) frente ao projeto excludente da modernização, a agricultura foi um meio de sobrevivência. Plantar para sobreviver. O trabalho com e na terra produziu redes de aprendizagens e trocas de conhecimentos técnicos entre pais e filhos, constituiu um quadro de relações sociais, políticas e culturais entre a comunidade. Essas experiências, estratégias, os espaços ocupados – feiras, cinemas, fábricas, armazéns - garantiam em parte a reprodução desta cultura e o fortalecimento das relações sociais, uma vez que o projeto de modernização implementado no Brasil, em Palmeira dos Índios (1950) não os inseria no projeto de cidadania . Observamos ainda, as relações entre cidade, memória. Munidos de experiência, estratégias e resistências, (re) inventaram em suas práticas cotidianas, modos de viver e enfrentar as adversidades. O trabalho, a agricultura incorporam as histórias de gerações de trabalhadores e trabalhadoras rurais de Palmeira dos Índios, que constroem laços de afetos, luta, resistências, sobrevivências e de vivências. Nesse sentido, o agenciamento de obras historiográficas, teóricas, jornais, fotografias, atas da câmara dos vereadores e os relatos de memórias compõem o quadro de fontes documentais importantes para o desenvolvimento da pesquisa.