VARIAÇÃO DE CURTO PRAZO DO FITOPLÂNCTON EM UM ECOSSISTEMA RECIFAL DO ATLÂNTICO TROPICAL (TAMANDARÉ, PE - BRASIL)
Série Temporal; Fitoplâncton; Ambiente Recifal; Tamandaré
O fitoplâncton é um elemento primordial nos ecossistemas aquáticos e integra a base da pirâmide de produtividade, além disso, ele define o fluxo e a ciclagem da matéria orgânica e é indicador do estado trófico de tais ecossistemas. Alterações na composição e na estrutura de sua comunidade podem, como efeito, ocasionar profundas mudanças em todos os níveis tróficos, uma vez que o fitoplâncton apresenta um caráter muito dinâmico, por possuir elevadas taxas de reprodução, com ciclos de vida variando em torno de horas, dias ou semanas. Nesse sentido, os processos que influenciam o crescimento do fitoplâncton ocorrem ao longo de uma gama de escalas de tempo, mas muitos modelos conceituais e numéricos da dinâmica de produção do fitoplâncton negligenciam os mecanismos que ocorrem nas escalas de tempo mais curtas. Dentro desse contexto, os sistemas recifais mostram-se como um dos ambientes costeiros mais produtivos em termos de biomassa, e, embora eles pareçam um “sistema ecológico fechado”, sua produtividade é mantida pela característica do ambiente circundante. O presente estudo busca caracterizar a estrutura e da composição do fitoplâncton de Tamandaré ao longo de um ano em resposta à dinâmica hidrológica em curta escala, permitindo uma melhor compreensão desse ecossistema. Para isto foram realizadas 19 coletas quinzenais, de novembro de 2020 a outubro de 2021. Os valores de precipitação pluviométrica mensais registrados no período estudado se apresentaram mais altos entre os meses de março e agosto de 2020 caracterizando o período chuvoso, sendo o mês de maio o de maior precipitação. O período de estiagem foi marcado por menores valores pluviométricos entre os meses de novembro de 2020 a fevereiro de 2021 e de setembro e outubro de 2021, sendo o mês de fevereiro o de menor quantidade de chuva registrado. A biomassa total durante o período de estiagem apresentou valores que variaram entre 0,13 mg.m-3 e 0,62 mg.m-3. No período chuvoso a variação foi de 0,35 mg.m-3 a 2,50 mg.m-3. Foram observadas diferenças significativas entre os períodos (M-W; p<0,05). Durante o estudo foram obtidos resultados detalhados sobre a variação em curta escala dos atributos da comunidade fitoplanctônica diante das diferentes condições ambientais, destacando a importância de estudos em curta escala de tempo para a avaliação dos ambientes costeiros.