FAMÍLIA CARANGIDAE NO OCEANO ATLÂNTICO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Carangoides bartholomaei; Caranx crysos; Trachurus trachurus; Protocolo Prisma; Bibliometria
A família Carangidae apresenta um grande número de espécies com ampla distribuição geográfica, entre regiões tropicais e subtropicais, que ocupam ambientes estuarinos, costeiros e oceânicos. Algumas dessas espécies sofrem grande pressão pesqueira de diferentes níveis. Esse trabalho desenvolveu uma revisão bibliográfica sistemática, que demonstra o desenvolvimento científico desse grupo no Oceano Atlântico, além de jogar luz em duas espécies de grande interesse econômico no Brasil (Caraqngoides bartholomaie e Caranx crysos). Foram feitas duas buscas por artigos na plataforma Web of Science, a primeira com os termos “Carangid*” e “Atlantic”, a segunda com o nome dos gêneros e “Atlantic”. A busca gerou 410 resultados que foram triados seguindo o fluxograma do Protocolo PRISMA. Após a verificação foram revisados 259 trabalhos científicos publicados. Os artigos levantados estão compreendidos entre os anos de 1967 e 2021, sendo os anos de 2018 a 2021 com o maior número de publicações. A grande maioria dos trabalhos cita apenas uma espécie. A maior parte dos estudos está relacionada à distribuição espacial, ictiofauna, pesca e biogeografia. Foram citadas 48 espécies, sendo Trachurus trachurus e T. picturatus as mais frequentes. A costa de Portugal e Espanha foi a mais estudada. C. bartholomaie e C. crysos foram citados em 9 e 26 trabalhos, respectivamente. A predominância de trabalhos com espécies de Trachurus e no mar da península Ibérica reflete a importância pesqueira. Há um elevado número de trabalhos de levantamento da ictiofauna que não se aprofunda nos aspectos das espécies de Carangidae. Espécies de grande importância econômica para o Brasil, entre elas C. bartholomaie e C. crysos são pouco estudadas nas publicações científicas. A falta de conhecimento sobre essas espécies é agravada pela ausência de dados de estatística pesqueira. A revisão bibliográfica mostrou que o conhecimento científico é impulsionado pela importância econômica das espécies, embora existam lacunas de informação em escala geográfica e com espécies de importância local. No Brasil, a ausência de publicações e informações pesqueira dificulta o manejo e medidas de controle de exploração dos recursos.