ATIVIDADE LEISHMANICIDA DA LECTINA DE FRONDE DE Microgramma vacciniifolia (MvFL)
Leishmaniose; Leishmania amazonensis; promastigotas; pteridófitas; atividade antiparasitária.
Leishmaniose é uma doença negligenciada considerada uma zoonose, doença infecciosa transmissível entre animais e humanos, causada por diferentes espécies de protozoários Leishmania. Alguns medicamentos são utilizados para seu tratamento, porém, são de uso limitado devido a fatores como toxicidade e alto custo, com isso, a OMS enfatiza a importância de desenvolver novos medicamentos. As lectinas são proteínas com diversas atividades biológicas, incluindo antiparasitária in vitro e in vivo. Este estudo avaliou a atividade anti-Leishmania da lectina de fronde Microgramma vacciniifolia (MvFL) sobre promastiogotas e amastigotas intramacrofágicas de Leishmania amazonensis. Foram avaliados também a atividade lisossomal, fagocítica e os níveis intracelulares de óxido nítrico (NO) nos macrófagos infectados. A atividade hemolítica de MvFL foi determinada em eritrócitos de camundongo e humanos (tipos A+, B+, AB+ e O+). Nossos resultados mostraram que MvFL inibiu, de forma dose-dependente, o crescimento de promastigotas de L. amazonensis com CI50 de 88 µg/mL. Da mesma forma, MvFL (90 µg/mL) reduziu (p < 0.05) a infecção de macrófagos em amastigotas para 46,6±1,66 %, com CI50 de 52 µg/mL. MvFL também reduziu (p < 0.05) o número de amastigotas internalizadas por macrófago infectado em 68,9±0,53%. MvFL estimulou a atividade lisossomal na concentração de 25 µg/mL, porém não alterou a atividade fagocitária e não induziu a produção de NO. MvFL mostrou-se pouco hemolítica, com CH50 > 200 µg/mL. Sendo assim, MvFL é um agente leishmanicida, com potencial para investigação em modelos de imunização in vivo contra leishmaniose.