CARTILHA EDUCACIONAL PARA A PREVENÇÃO COMBINADA DE MULHERES
TRANS E TRAVESTIS VIVENDO COM HIV/AIDS
Enfermagem. Educação em Saúde. Promoção da Saúde. Mulheres trans. Travestis. HIV.
A prevenção combinada caracteriza-se por diferentes abordagens de prevenção (biomédica,
comportamental e estrutural) com objetivo de atender às necessidades específicas populacionais sobre o
vírus da imunodeficiência humana (HIV), no caso em estudo, das mulheres trans e travestis, que
apresentam restrições frente às possibilidades de vida vinculadas às diversidades de expressões de gênero,
inclusive, no cuidado em saúde. Assim, objetivou-se com esse estudo construir uma cartilha educacional
para a prevenção combinada do HIV para mulheres trans e travestis vivendo com HIV válida quanto ao
conteúdo, aparência e semântica. Trata-se de um estudo metodológico, realizado pelas seguintes etapas: a)
Primeira etapa: estudo qualitativo e descritivo visando analisar o conhecimento das mulheres trans e
travestis com HIV sobre HIV e adesão à terapia antirretroviral; b) Segunda etapa: construção da cartilha
educacional, e c) Terceira etapa: validação da cartilha educacional quanto ao conteúdo pelos juízes
especialistas selecionados de acordo com os critérios de Jasper, e, validação de aparência e semântica
pelas participantes do estudo. Na análise das entrevistas foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo, na
modalidade Análise Temática Categorial, e a validação de conteúdo, aparência e semântica foi calculado
o IVC pelo software IBM® SPSS® Statistics, versão 20.0. Mediante a análise dos dados empregada nesse
estudo, foi possível descrever o perfil das participantes quanto ao gênero, estado civil, escolaridade, raça,
renda e definir uma categoria temática com duas subcategorias que emergiram do processo de construção
interpretativa das falas: Categoria temática - Nível de conhecimento sobre HIV/aids; Subcategoria I: Os
métodos de prevenção do HIV/aids; Subcategoria II: A inserção social da pessoa vivendo com o HIV.
Constatou-se que as participantes apresentam conhecimento contraditórios sobre HIV/aids, o predomínio
do uso de preservativos internos e externos como método de prevenção do HIV, e a pessoa soropositiva
pode ter um bom convívio social desde que esteja em tratamento. A cartilha << Cartilha educacional para
a prevenção combinada do HIV para mulheres trans e travestis: adesão à TARV >>, no geral, foi
considerada válida pelos juízes especialistas, visto que obteve IVC global 88%, e na validação de
aparência e semântica, pelo público-alvo, obteve-se IVC global de 100%. À guisa de conclusão,
considera-se que a disponibilização da cartilha, para uso nos serviços de assistência especializada ao
HIV/aids (SAE), na Atenção Básica de Saúde, nos ambulatórios de atenção integral às lésbicas, gays,
bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros, queer, intersexos, poli/pansexual,
assexual/agêneros/arromânticos, não-binários (LGBTQIAPN+) e demais pessoas identitárias da
diversidade de gênero e orientação afetivo-sexual, entre outros serviços de saúde, poderá propiciar às
mulheres trans e travestis um recurso informativo que possa promover aquisição de conhecimentos, para
condutas do autocuidado para a prevenção de novos eventos adversos em consequência da infecção pelo
HIV em função da não adesão à prevenção combinada.