Representações sociais de enfermeiros obstetras sobre as mulheres em situação de rua
saúde da mulher; pessoas em situação de rua; rede social; representações sociais; enfermagem obstétrica; educação em saúde.
As mulheres em situação de rua vivem na invisibilidade com dificuldade de acessos aos serviços de
saúde. Os enfermeiros obstetras, pertencentes à rede social secundária, são profissionais capacitados para
assistir esse grupo. O objetivo deste estudo foi analisar as representações sociais atribuídas pelos
enfermeiros obstetras sobre as mulheres em situação de rua. Pesquisa descritiva-exploratória, qualitativa,
ancorada à Teoria das Representações Sociais de Moscovici e seguidores, e à Teoria da Rede Social de
Sanicola. A pesquisa ocorreu em Pernambuco, entre dezembro de 2021 e março de 2022, em 14 das 17
maternidades estaduais, conforme Resolução no 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde. A técnica de
coleta de dados foi a entrevista, gravada, por videochamada, sob autorização do participante, dividida em
três etapas: caracterização social e profissional dos enfermeiros; teste de evocação livre de palavras
(TALP); e entrevista narrativa. A amostra foi de 100 participantes para a TALP e 12 para a entrevista
narrativa. Para análise dos dados da caracterização foi utilizada a frequência relativa; a evocação foi
submetida à análise prototípica e de similitude pelo Iramuteq, versão 0.7 alfa 2; e a entrevista narrativa
através da técnica hermenêutico-dialética. As mulheres em situação de rua foram reportadas pelos
enfermeiros obstetras sob uma ótica vulnerabilizante. A escassez de políticas públicas foi citada como
fator impactante no cuidado. A fragmentação das redes sociais pouco foi mencionada. A identificação
dessas representações sociais permitirá uma assistência livre de pré-julgamentos e aberta à absorção de
novas perspectivas através das trocas interpessoais.