Práticas de apoio do pai/companheiro ao aleitamento materno exclusivo na perspectiva
da mulher
Aleitamento materno; Paternidade; Rede social; Apoio social; Educação em saúde; Enfermagem.
A participação ativa do homem no ciclo grávido-puerperal colabora no sucesso do
aleitamento materno. Esta pesquisa objetiva avaliar as práticas de apoio do pai/companheiro
na manutenção do aleitamento materno exclusivo (AME) na perspectiva da mulher. Estudo de
coorte de exposição prospectiva e aberta de grupo único cujo desfecho foi o AME. A amostra
foi de 195 puérperas, entrevistadas face a face no Alojamento Conjunto de um Hospital
Universitário/PE. Em continuidade a coleta de dados, por contato telefônico, guiada pelo
mesmo instrumento, foi realizado o monitoramento do AME no 15º, 30º, 60º, 90º, 120º, 150º e
180º dias de vida do bebê. Iniciado desmame precoce ou no 6º mês de AME, outro
instrumento, práticas paternas de apoio à amamentação, foi respondido. Para análise
estatística dos dados utilizou-se teste Qui-quadrado de Pearson, curva de sobrevida e análise
bivariada com auxílio do software Stata versão 14. Preceitos éticos foram seguidos. Aos 180
dias de vida da criança, a incidência do desmame precoce foi 84,7% e a probabilidade do AME
foi de 8,2%. O apoio paterno foi referido por 61,5% das mulheres. O apoio emocional e
autoapoio tiveram associação significativa. Relacionou-se ao risco aumentado para o desmame
precoce: companheiro raramente demonstrar afeto (2,19 vezes); insistência do companheiro
para amamentação (2,93 vezes); não expectativa positiva sobre AME (3,43 vezes); e puerperas
não satisfeitas com o apoio do companheiro (3,96 vezes). Evidencia-se o pai como
influenciador no processo do AME. O enfermeiro, por meio da educação em saúde, pode inserir
o homem no contexto da amamentação.