Validade baseada na estrutura da Escala de comportamentos de autocuidado do paciente renal
em tratamento conservador
Estudos de validação. Tratamento Conservador. Insuficiência renal crônica. Enfermagem.
Educação em saúde. Autocuidado.
Indivíduos acometidos por doença renal crônica necessitam de um tratamento direcionado de
acordo com a funcionalidade dos rins. Para os pacientes que não se encontram na categoria da falência
renal, deve ser realizado o tratamento conservador que se baseia em três pilares de conduta:
diagnóstico e classificação precoce da doença, encaminhamento imediato ao nefrologista e a
implementação de medidas para preservar a função renal. Nesse contexto, o enfermeiro deve atuar, por
meio da educação em saúde, na perspectiva de instrumentalizar pacientes e familiares sobre ações de
autocuidado para que retardem ou mesmo interrompam a progressão para os estágios mais avançados
da doença. Para tanto, utilizar um instrumento, como a Escala de Comportamentos de Autocuidado de
Paciente Renal (ECAP-Renal) em Tratamento Conservador, na consulta de enfermagem ao paciente
renal em tratamento conservador, pode subsidiar intervenções de enfermagem direcionadas as reais
demandas de cada indivíduo. Diante do contexto, o presente estudo tem como objetivo avaliar as
evidências de validade baseada na estrutura interna da escala de comportamentos de autocuidado do
paciente renal em tratamento conservador. Trata-se de um estudo metodológico com abordagem
quantitativa onde realizou-se a aplicação da ECAP-Renal à 310 participantes. Para a análise dos dados,
foi utilizada estatística descritiva e inferencial. A normalidade das médias das frequências foi avaliada
pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Para a adequação da amostra verificou-se através do teste de
Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e do teste de esfericidade de Bartlett. A análise fatorial exploratória foi
aplicada na verificação das variáveis do estudo, assim como a análise fatorial confirmatória para testar
estrutura interna e avaliação dos índices de ajustes. Para todas as conclusões, foram consideradas o
nível de significância de 5%. O estudo foi realizado em concordância com a resolução 466/12 do
Conselho Nacional de Saúde mediante aprovação sob número do parecer 3.576.916 e financiamento da
Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco. O estudo utilizou a escala de
comportamentos de autocuidado de paciente renal em tratamento conservador com 62 itens e três
domínios relacionados a consumo alimentar e de bebidas; sinais e sintomas de complicação e por
último, cuidados de saúde geral. Em sua versão final a escala apresentou 25 itens nos três domínios
com valores de ômega de McDonald de 0,527, 0,881 e 0,598, respectivamente. Observou-se a
presença de níveis insatisfatórios de confiabilidade nos domínios um e três. No entanto, o domínio dois
resultou em melhores condições de mensuração de autocuidado relacionado ao domínio sinais e
sintomas de complicação.